A orientação do modal deôntico Poder significando permissão em diferentes construções: uma evidência dos deônticos ought-to-be

Autores

  • Carla Verônica D'Amato de Souza Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2016v17n1p168

Resumo

As propostas de Kratzer (1981, 2012) e Cinque (1999, 2006) têm sido referência no estudo dos auxiliares modais e, diferem, fundamentalmente, em relação a considerar tais núcleos como polissêmicos ou ambíguos. A proposta de Hacquard (2006) vai na direção de conciliar essas visões, postulando que um modal tem apenas uma entrada lexical, no entanto, pode receber diferentes interpretações a partir da posição em que é interpretado na sentença. Os epistêmicos correspondem a modais altos, que acessam o ato de fala e são orientados para o falante; já os deônticos são modais baixos, que acessam o evento principal e são orientados para o sujeito da sentença. Pires de Oliveira e Rech (no prelo), com base em trabalhos como os de Feldmann (1986) e Brennan (1993), constataram que o modal deôntico ‘deve’ pode ser interpretado em diferentes posições na sentença, podendo acessar tanto o evento principal (VP), sendo orientado para o sujeito da sentença, quanto o ato de fala, sendo orientado para o interlocutor. Para essas autoras, o modal deôntico precisa checar o traço agentividade [+Ag] com um dos participantes do evento sobre o qual o modal opera. Âncoradas nesta proposta, neste artigo, analisamos a orientação do modal poder em diferentes construções. A principal hipótese é de que a interpretação deôntica de permissão só pode recair sobre o sujeito da sentença se houver um participante agentivo no evento encaixado, caso contrário, recairá sobre o interlocutor, correspondendo, assim, a um deôntico alto, admitindo interpretação de permissão apenas se esta recair sobre o interlocutor. 

Biografia do Autor

Carla Verônica D'Amato de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Publicado

2016-12-23

Edição

Seção

Artigos