Investigação da prosódia e da linguagem na interação mãe-bebê

Autores

  • Karen Moscon Splendore UNICAMP
  • Ana Carolina Constantini Universidade Estadual de Campinas
  • Kelly Cristina Brandão da Silva Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2019v20n1p172

Resumo

A fala dirigida ao bebê, ou manhês, possui padrões prosódicos específicos que convocam o bebê à interação e contribuem para a entrada do bebê no universo da linguagem. Diante dessa perspectiva, esse estudo quantitativo e qualitativo, transversal, teve por objetivos investigar a relação entre os padrões prosódicos da fala materna e a constituição do processo interativo mãe-bebê, assim como discutir a importância dessa experiência precoce da criança no seu processo de aquisição da linguagem. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semiestruturada com as mães e gravação em áudio e vídeo da interação mãe-bebê. Os resultados obtidos a partir dos espectrogramas de fala materna, analisados no software PRAAT®, e das filmagens das reações do bebê, demonstram que as mães concebem seus filhos como parceiros dialógicos, sendo que os mesmos são atraídos pelas propriedades prosódicas específicas do manhês, dadas por taxa de elocução diminuída e extensão vocal aumentada, indicando que a prosódia materna desempenha uma função linguística desde os primeiros meses de vida. Espera-se que essa pesquisa auxilie no reconhecimento da importância da prosódia materna na interação mãe-bebê, a partir da qual é possível acompanhar o desenvolvimento linguístico do bebê, além de possibilitar a detecção precoce de possíveis alterações.

Biografia do Autor

Karen Moscon Splendore, UNICAMP

Graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Estadual de Campinas.

Ana Carolina Constantini, Universidade Estadual de Campinas

Docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação, da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas (DDHR/FCM/UNICAMP). Graduada em Fonoaudiologia (FCM/UNICAMP), mestre e doutora em Linguística (IEL/UNICAMP).

Kelly Cristina Brandão da Silva, Universidade Estadual de Campinas

Docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação, da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Estadual de Campinas (DDHR/FCM/UNICAMP). Psicanalista, graduada em Psicologia (UMESP) e doutora em Educação (FEUSP).

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Publicado

2019-09-03