A voz de polono-brasileiros: um contexto histórico sul paranaense
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8420.2017v18n1p23Resumo
Considerando o contexto histórico de expressiva imigração polonesa no estado do Paraná, esta investigação, inicialmente, procura traçar reflexões a partir de entrevistas de polono-brasileiros do sul desse estado, com base em duas entrevistas sociolinguísticas de sujeitos nascidos e residentes na cidade de Quedas do Iguaçu (antiga “Jagoda”), as quais são constituintes do banco VARLINFE (UNICENTRO). O polonês – língua materna de tais informantes – é considerado uma língua minoritária no Brasil, e muitos descendentes restringiram seu uso por questões históricas de interdição e silenciamento, o que desencadeou um apagamento linguístico e cultural entre muitos deles. Com isso, o objetivo principal deste artigo é depreender as dificuldades encontradas pelos sujeitos entrevistados (e antepassados) em sua inserção na sociedade brasileira, levando-se em conta as variadas esferas sociais em que interagem, bem como o(s) silenciamento(s) histórico(s) e a (não) consideração do pluralismo linguístico no Brasil. Para tanto, fundamentamo-nos em: Altenhofen (2007, 2013), Calvet (2007), Delong e Kersch (2014), Doustdar (1990), Almeida e Zanini (2011), Gardolinski (1956; 1976), Maher (2013), Nadalin (2001), Oliveira (2016), Polanczyk (2010), Wachowicz (1981, 2010), além de outros teóricos dedicados a pesquisas nas áreas de história e políticas linguísticas. A partir de uma metodologia qualitativa, foram transcritos e analisados trechos em que os informantes relatam situações de uso da língua polonesa, iniciação escolar, atividades culturais étnicas, bem como sua relação com sujeitos de outras etnias. Com base em tais depoimentos, talvez seja possível pensar estratégias de propagação do pluralismo linguístico e cultural, além de contribuir para a construção da história e a manutenção da língua desses imigrantes tão silenciados – embora tão representativos ao Paraná e ao Brasil.
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