De norte a sul, as áreas dialetais do Brasil

jogando “bolinha de gude”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2022.e77898

Palavras-chave:

Áreas dialetais, Projeto ALiB, Léxico, Gude

Resumo

Este artigo apresenta um estudo sobre as áreas dialetais do Brasil, realizado por meio de dados semântico-lexicais, que tomam a proposição de divisão dialetal do Brasil estabelecida por Antenor Nascentes (1953) por referência. Desse modo, há uma investigação das respostas dos informantes do Projeto Atlas Linguístico do Brasil – Projeto ALiB, para a questão 156 do Questionário Semântico-Lexical – QSL, que busca apurar as formas de nomear o brinquedo assim descrito na questão: “Como se chamam as coisinhas redondas de vidro que os meninos gostam de brincar?” (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB, 2001, p. 34). A metodologia utilizada consistiu na realização das seguintes etapas: a) seleção e leitura dos textos relacionados ao tema, Nascentes (1953; 1955), Teles (2018), entre outros; b) formação do corpus; c) comparação analítica dos itens documentados no corpus, objetivando identificar semelhanças e diferenças, a partir do cotejo estabelecido entre as pesquisas de Ribeiro (2012), Portilho (2013), Isquerdo; Romano (2014), Romano (2015), D’Anunciação (2016), Santos (2016), Alencar (2018) e, por fim, Santos (2018), os quais tiveram foco na descrição das respostas para QSL 156 (gude); e d) elaboração de considerações finais acerca da arealidade dialetal brasileira, retratada por meio do estudo comparativo. Vale ressaltar que a análise do corpus possibilitou realizar o registro e a documentação da diversidade lexical do português falado em diversas regiões geográficas do país, além de trazer notícias sobre a configuração dialetal brasileira, do ponto de vista do item lexical em análise.

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Publicado

2022-09-16