Teonímia em língua brasileira de sinais: os sinais dos Orixás
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8420.2024.e94418Palavras-chave:
Libras, Onomástica, Teonímia, CandombléResumo
O ato de nomear e organizar o mundo por meio de conceitos e categorias é uma caraterística humana que proporciona a geração do léxico de uma língua. No universo lexical de uma língua estão os nomes próprios, que particularizam as pessoas, os lugares ou as coisas com um nome. A área da Linguística que se dedica ao estudo dos nomes próprios é a Onomástica. Neste artigo, interessam-nos os nomes próprios atribuídos aos Orixás do Candomblé na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Nosso objetivo é analisar dez sinais que nomeiam os Orixás do Candomblé em Libras quanto aos aspectos formais e semântico-motivacionais e verificar fatores de iconicidade que mostrem as relações entre o sinal e os referentes que possam ter influenciado a sua criação. Para fundamentar nosso estudo – de natureza aplicada, abordagem qualitativa e de procedimento descritivo e documental – tomamos por base os estudos de Castro (2001), Sousa (2019; 2022a; 2022b; 2023) e Vidigal e Teixeira (2014). Os resultados apontam que, quanto à classificação morfológica, dos dez sinais analisados, sete são do tipo simples e três do tipo composto, constituídos somente por formantes da Libras, sem empréstimo da língua oral. Quanto ao aspecto semântico-motivacional, a iconicidade é perceptível em todos os sinais, exceto no sinal NANÃ. Os dados evidenciam a forte relação das nomeações dos Orixás do Candomblé em Libras com a experiência visual dos surdos, especialmente por meio da relação icônica dos sinais com seus referentes.
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