Perto de casa, longe da avenida: representação poética das escolas nos sambas de meio-de-ano

Autores

  • Cláudia Neiva de Matos

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2011n11p11

Resumo

A história das escolas de samba tem sido escrita geralmente com referência ao carnaval, investigando a organização institucional das agremiações, os desfiles e sua preparação, a poética dos sambas-enredo. Em outra via de abordagem, proponho investigar uma face mais íntima dessas entidades, buscando os sentidos que elas assumem para os respectivos artistas e comunidades fora do âmbito competitivo e monumental do carnaval. O corpus principal consiste numa centena de sambas de meio-de-ano que tematizam central ou lateralmente as duas escolas portadoras da mais antiga tradição: Portela e Mangueira. Procuro identificar comparativamente as redes metafóricas e simbólicas, os modos e motivos discursivos que constroem a auto-imagem das escolas e das comunidades nelas incorporadas. O que a análise ilumina então não é a face triunfalista oferecida ao público na avenida e na televisão, mas uma fisionomia familiar estruturada por signos de coesão psicosocial da comunidade e projetada no espelho poético-musical do samba.

Biografia do Autor

Cláudia Neiva de Matos

Possui graduação em Português-Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975), graduação em Língua e Literatura Francesa pela Associação de Cultura Franco Brasileira (Université de Nancy III) (1973), mestrado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1981), doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1991) e pós-doutorado em Estudos Culturais pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008).

Downloads

Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Artigos