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  • PRORROGADO - Modernismo brasileiro 100+1 anos: crítica, heranças, perspectivas

    2023-04-17

    Dossiê: Modernismo brasileiro 100+1 anos: crítica, heranças, perspectivas

    Manifesto de lançamento

    Nós, intelectuais, artistas, pesquisadores, pesquisadoras, professores e professoras, um certo “nós” talvez, pode-se dizer assim, deveríamos tomar que atitude no ano de 2022+1 diante do centenário da Semana de Arte Moderna?

    ***

    Passar em revisão, observando a partir de ângulos diversos as diferentes nuances do que se encenou no Theatro Municipal (incluindo bastidores, fosso, arredores, salões, vaias)?

    Criticar os termos com que foi descrita a Semana, em maiúscula? ou a Arte Moderna? Suficiente moderna? Modernistas? Futuristas? De São Paulo? Regionais? Internacionais? Universais?

    Passar em análise e terapia as sucessivas revisões do passado? Década, 20 anos, cinquentenário, 80 anos? Foi gostoso, ficou bonito? Foi aventureiro, aristocrático? Momento crítico ou criador? Influências, anacronismos, decolonialismos?

    Relativizar desvairismos, papas, escolas? Nós os passadistas futuristas contemporâneos um tanto fora do lugar de entrelugares?

    Analisar identidades, identificações ou constatar as impossibilidades (machismo racismo, homofobia) estruturais?

    Questionar o país, em seus eventuais avanços e progressos, pelo que se pretendeu como modernidade, atualidade e universalidade?

    Mistificar o sentido do comemorar um centenário que encontra um país de legiões autoritárias na mais triste nação?

     

    Convidamos pesquisadoras e pesquisadores, dispostas e dispostos a responderem a essa provocação, a submeterem artigo à revista outra travessia (diretrizes de submissão).

    Prazo para submissão: 01 de junho de 2023.
    Prazo para submissão prorrogado: 23 de junho de 2023.

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    Está aberta também submissão de artigos de temática variada, não necessariamente relacionada ao dossiê.

    Prazo para submissão: 01 de junho de 2023.
    Prazo para submissão prorrogado: 23 de junho de 2023.

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  • Aporias e fluxos do tempo e da tradução

    2022-02-22

    Dossiê: Aporias e fluxos do tempo e da tradução

    Prazo (prorrogado): até 15 de maio de 2022.

     

    O número 33 (1.2022), da revista outra travessia, volta-se a indagações acerca da natureza da temporalidade e sua relação com a teoria e a prática tradutória.

    A pergunta basilar de Agostinho de Hipona sobre a natureza do tempo impõe-se como partida teórica sobre a construção temporal enquanto “ser ou não ser”, possibilidade ou impossibilidade categorial. Assim como formulada no décimo primeiro livro das Confissões, a questão sobre o tempo é compreendida em seu caráter de aporia pelos principais comentadores. Ora, também a reflexão e a prática da tradução deparam-se com a condição aporética de seu objeto, derivada justamente do intervalo temporal que se insere entre texto original e desdobramentos em diversos momentos posteriores, na forma de texto a traduzir, texto em processo de tradução, texto traduzido e retraduzido. Essa sucessão de momentos, que se inscreve anacronicamente a cada nova tradução, foi descrita por Walter Benjamin no ensaio “A tarefa do tradutor” como a sobrevivência (Überleben) e a pervivência (Fortleben) das obras em sua condição essencialmente póstera ou póstuma – nas traduções. A história dos comentários desse ensaio é também marcada por uma aporia: a simultânea impossibilidade e necessidade da tradução, como reiteraram Jacques Derrida e Haroldo de Campos, o teórico da tradução como “transcriação”, uma teoria plenamente consciente do caráter póstero, deslocado e anacrônico de toda tradução.

    Se a tradução, como disse Walter Benjamin, é uma forma, e, enquanto tal, tentativa de fixar algo fundamentalmente móvel, ela é por isso mesmo escansão rítmica. Propomos aqui, portanto, retomar a reflexão sobre o tema dos trânsitos e fluxos, aprofundando a investigação acerca do vínculo aporético e rítmico entre temporalidade e tradução em obras literárias, fílmicas e artísticas do universo cultural lusófono. São bem vindos artigos acerca da tradução de obras voltadas para experiências de exílio e das dificuldades advindas do transcurso temporal e de sua fixação na linearidade da linguagem. Nesse sentido, são igualmente esperadas reflexões que tratem da tradução de obras de caráter memorial-autobiográfico, considerando, sobretudo, as torções de sentido que seu registro necessariamente anacrônico engendra. Tendo em vista o papel desempenhado pelos suportes das obras literárias e artísticas em processos de tradução literária ou intermedial, o número da Outra Travessia espera contar também com propostas acerca do lugar da edição e das edições (ou o lugar do curador e da curadoria no caso de transposições artísticas) e do arquivo na articulação temporal das obras, seja no transcurso histórico de sua recepção, seja no tempo do agora – no Jetztzeit benjaminiano, tempo eminentemente vivo e criador.

    Homenagem

    O número presta uma homenagem ao poeta e tradutor brasileiro Augusto de Campos, unindo-se às celebrações em torno de seu aniversário de 90 anos.

    Organização

    Susana Kampff Lages (Universidade Federal Fluminense)  susanakl@id.uff.br

    Maria Aparecida Barbosa (Universidade Federal de Santa Catarina) aparecidabarbosaheidermann@gmail.com

    Johannes Kretschmer (Universidade Federal Fluminense) jk@id.uff.br

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