Reflexões sobre o jogo em Sagarana, de Guimarães Rosa
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2012n13p31Resumo
O presente artigo tem como objetivo fazer algumas reflexões sobre a obra Sagarana, de Guimarães Rosa, a partir da noção de jogo. Essa atividade assume algumas variantes na primeira obra rosiana, manifestando-se ora nas referências ao baralho (jogo de truco) ao xadrez ou até mesmo nos fragmentos de contos de fadas, narrativas populares e cantigas, sendo essas três últimas variantes recriadas ao longo da estória por um narrador lúdico, que lança mão da oralidade como forma arcaica do contar, rompendo com a racionalidade e apostando no faz de conta. A escrita rosiana de Sagarana se constrói na encenação ficcional do jogo, seja como estratégia dos personagens para reelaborarem os desafios do sertão-mundo, seja como brinquedo de palavras utilizado pelo narrador-autor, num processo gozoso e poético de linguagem capaz de associar a percepção infantil do mundo à psicologia do rústico. Não há no escritor mineiro apenas uma temática lúdica, mas o próprio modo de narrar se apresenta também como jogo de linguagem.
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