As zooautobiografias de Nuno Ramos
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2012n14p63Resumo
Ao escrever sobre, sob e pelo olhar do animal, Nuno Ramos apresenta zooautobiografias nas quais o eu não existe como identidade, nas quais o autor abandona a si mesmo para fazer emergir a voz do inumano. Afinal se, como nos ensina Jacques Derrida, os animais que nos olham se multiplicam à medida que os textos vão se tornando mais autobiográficos, é justamente porque é ao outro (humano ou inumano) que cabe a pergunta sobre quem é este que eu sou. Nestas experiências de acolhimento dos animots, onde os animais são pensados em sua singularidade plural (animaux) e em sua escritura (ani-mot), o escritor perde sua autoridade para que outros seres testemunhem sobre a nebulosidade das fronteiras entre o eu e o outro, humano e animal, sujeito e objeto.
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