Questões sobre (auto)biografia: as modernas representações do holocausto em Maus, de Art Spielgman e em Os Emigrantes, de W. G. Sebald

Autores

  • Michelle dos Santos
  • Larissa Silva Nascimento

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2012n14p97

Resumo

Este artigo procura investigar como representantes, testemunhas e personagens do Holocausto tiveram os seus significados expandidos para além da convencional imagem do judeu sobrevivente e, também, como essa ampliação proporcionou uma modificação do pacto autobiográfico e do modo de se fazer autobiografias e biografias. Para tanto, analisará as obras Maus (2005), escrito por Art Spiegelman, e Os emigrantes (2009), de W. G. Sebald, valendo-se ainda de outros livros que se mostrarem pertinentes ao debate. Nota-se que, na contemporaneidade, as incessantes autobiografias tradicionais, que têm como modelo o romance É isto um homem? (1947) escrito por Primo Levi, deram lugar a um misto de discurso em primeira e terceira pessoa, de passado e presente, de realidade e ficção. Com a popularização do tema Holocausto como objeto de trabalho artístico, houve concomitantemente uma expansão das possibilidades representativas de tal acontecimento. Além da importante inclusão da imagem ao texto em prosa, Sebald e Spiegelman assinalam que o século XXI elegeu como porta-voz, para a representação desse fato social complexo e traumático para o ocidente, os filhos do Holocausto, ou seja, a geração posterior à Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, busca-se compreender as modernas ferramentas e possibilidades que estão à disposição do escritor no processo de representação do Holocausto, enfocando, especialmente, questões sobre (auto)biografias.

Biografia do Autor

Michelle dos Santos

Michelle Santos é professora de História Moderna e Contemporânea na Universidade Estadual de Goiás, campus de Formosa, e mestre em história pela Universidade de Brasília. Lidera o GPTEC – Grupo de Pesquisas em Imagens Técnicas – na UEG-Formosa, dedicado a investigar as particularidades de imagens artísticas (literárias, cinematográficas e de outras mídias) em suas diversas faces, desde a proposta estética de que são tributárias até o debate em torno das novas experiências de representação fornecidas pelas atuais tecnologias.

Larissa Silva Nascimento

Larissa Silva Nascimento é professora de Literaturas na Universidade Estadual de Goiás, campus de Formosa, e mestre em literatura pela Universidade de Brasília. Em 2009, graduou-se em Letras, com habilitação em Inglês e Português, pela UEG-Formosa. Possui formação acadêmica voltada para o estudo da representação na literatura contemporânea, privilegiando uma abordagem interdisciplinar.

Downloads

Publicado

2013-06-19