Contatos: Cruz e Sousa e Berna Reale
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2013n15p247Resumo
Este artigo tem por objetivo colocar em contato dois cenários: a poesia
de João Cruz e Sousa (1861-1898) e as performances de Berna Reale (1964-). A breve análise comparativa revela um ponto de ressonância: a violência. No caso do poeta, a questão aparece nas imagens ambivalentes aliadas ao procedimento da sugestão (típico do Simbolismo) e também na musicalidade aliada à precisão formal - sempre colocando em tensão a lei e a transgressão. No caso da artista plástica, as performances analisadas evocam sempre um corpo marcado pela violência: torturado, deteriorado ou preso. De fato, as manifestações artísticas tocam na questão da violência social e humana (inerente à linguagem), mas levantam o problema da violência notadamente mercadológica. A hipótese de leitura que surge, portanto, é a de que a crise que subjaz à arte, nesse caso, relaciona-se à violência do mercado literário/artístico no Brasil que irrompe no início da República e pervive até a contemporaneidade.
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