De mistério e de letras: nenhum caminho por trás da linguagem?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2013n15p57Resumo
A partir da análise da compreensão de revelação – desde a perspectiva teísta católica até seus contemporâneos questionamentos filosóficos – o presente ensaio procura trabalhar com o problema da constituição da linguagem humana – ao menos em certo âmbito da tradição ocidental. Para tanto, de acordo com a concepção da poesia de Paul Valéry, “l’hésitation prolongée entre le son e le sens”, e tocando os problemas da questão mística da linguagem – da cabala à filosofia da linguagem –, propõe uma leitura da onto-teo-lógica da linguagem, desde certos pressupostos da cabala até os recentes debates acerca da linguagem e do sentido estabelecidos, sobretudo, por Giorgio Agamben e Jean-Luc Nancy. Procura evidenciar a indagação do mistério do sentido e, assim, expor como a linguagem humana – como voz articulada – esbarra num imponderável (o silêncio como dimensão negativa, uma Voz) e, tal como preconizou Jacques Derrida, só pode se estruturar como borda. Por fim, apresenta como uma noção de jogo de letras, de construção de sentidos, arranja-se como a possibilidade da linguagem poética: não uma comunicação, mas revelação e ex-posição para além da prisão no pressuposto comunicacional, qual seja, o impronunciável nome (não) divino.
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