Tédio na leitura de Beckett

Autores

  • Olga Kempinska UFF

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2016n22p193

Resumo

Ao deslocar a questão da monstruosidade do domínio da temática para
o domínio da estética voltada para a relação de fruição, este artigo debruça-se
sobre o tédio enquanto uma componente do efeito da leitura. Descrito por
Baudelaire como um “monstro delicado”, o tédio, de fato, revela um forte
potencial de tolher a configuração da forma. Frequentemente comparado à
névoa, à poeira e à lama, fenômenos muito diferentes da tradicional hibridação
formal associada à noção de monstruosidade, o tédio remete à informidade.
Ele se deixa experimentar na leitura de narrativas de Beckett por meio de um
ritmo que não culmina, impedindo a formação de representações, e suscitando
uma reação ambivalente de repulsa e de atração.

Biografia do Autor

Olga Kempinska, UFF

Possui graduação em Filologia Românica - Uniwersytet Jagiellonski (1999), mestrado em Filologia Românica - Uniwersytet Jagiellonski (2001) e doutorado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008). Desde 2010 é professora adjunta 40h DE de Teoria da Literatura da Universidade Federal Fluminense (Departamento de Ciências da Linguagem). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria da Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: estética da recepção, relação entre mímesis, emoções e corpo, e poéticas do multilinguismo. Dirige o grupo de pesquisa Cnpq Estéticas do deslocamento.

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Publicado

2016-08-18