Breve, brevíssimo! O discurso cinematográfico brasileiro dos anos 1960 em sua veiculação externa
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2014n17p149Resumo
O artigo aqui apresentado se constrói com base nos ensaios breves produzidos pelos autores do Cinema Novo durante a década de 1960 e publicados na Itália, no mesmo período. O propósito é trazer à luz textos desconhecidos no Brasil, mas que colaboraram para a circulação do imaginário brasileiro fora das fronteiras nacionais, em um momento de desprovincianização da nossa cultura. Forma congenial ao movimento, o ensaio breve foi praticado pelos cineastas para fornecer ao público europeu as chaves de leitura das obras cinematográficas que estavam criando. Documentando as transformações das poéticas dos autores, os textos revelam como a literatura brasileira serviu de paradigma à estética cinemanovista, suprindo assim a lacuna oferecida por uma incipiente tradição cinematográfica. Observando o quanto conceitos quais “nacional”, “colonial”, “universal” ou “identidade” estivessem ao centro das reflexões intelectuais do movimento, o trabalho mostra que, após o golpe de 1964, a utopia revolucionária foi substituída pelo sentimento trágico da política. A este sentimento ligou-se o ideário antropofágico do movimento tropicalista que, na sua vertente cinematográfica, expressou com a fórmula “canibalismo dos fracos” o processo autodestruidor de um Brasil que devorava a si mesmo.
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