Marguerite Duras, a escrita e a experiência

Autores

  • Julio Aied Passos Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2022.e95127

Palavras-chave:

experiência, escrita, modernidade, tempo

Resumo

Pretendo, neste ensaio, analisar a atividade da escrita em duas obras de Marguerite Duras: o romance L’amant, e o conto Écrire, mais especificamente a reflexão crítica, que ambas possuem, sobre o ato de escrever, a partir de uma intersecção entre filosofia e literatura. Nesse sentido proponho analisar a ação que a experiência, tanto das personagens como da voz narrativa, exerce sobre a escrita, assim como em que medida o escrever se constitui como experiência. No caso de L’amant – obra que tomará a maior parcela da análise – temos contato com uma narrativa que se desenvolve a partir do confronto com o tempo, por parte da narradora, explícitas em sua relação com o envelhecimento, e de suas experiências vividas na adolescência. Já Écrire – cuja discussão entrará subordinada à análise anterior – o conto adquire um aspecto ensaístico, no qual a narração, em primeira pessoa, pensa e escreve sobre o ato da escrita, e sua relação intrínseca com o desconhecido.

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Publicado

2023-12-22

Edição

Seção

Artigos