Gargalhadas enterrarão o Império? Estratégias discursivas na literatura portuguesa pós-imperial

Autores

  • Sabrina Sedlmayer Universidade Federal de Minas Gerais image/svg+xml
  • Vincenzo Russo Università degli Studi di Milano Statale - Itália

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2022.e96667

Palavras-chave:

Sátira, Descolonização, Literatura pós-colonial

Resumo

A literatura portuguesa pós-25 de Abril pode ser encarada também como uma literatura pós-imperial? Isto é, como uma literatura que não só vem “depois” do fim do Império mas que reage criticamente ao fim do Império através de inúmeras estratégias ideológicas e retóricas? A nossa ideia move da constatação de que existe na poesia e na prosa portuguesas do final do século XX e nas primeiras duas décadas do século XXI uma constelação de obras que usam do amplo espectro da veia cómica (ironia, sátira, farsa) para enfrentar os fantasmas e as fantasmagorias que ainda assombram o tempo presente português e a sua complexa relação com o passado colonial. O nosso exercício crítico irá privilegiar parte da obra de dois autores portugueses contemporâneos (ainda que de gerações diferentes): o poeta e médico Jorge de Sousa Braga (1957) que é possível identificar com a geração de 80 da poesia portuguesa do século XX, e a poetisa e ensaista Patrícia Lino (1990) cujo Kit de Sobrevivência do Descobridor Português no Mundo Anticolonial foi publicado agora em 2020.

Referências

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LINO, Patricia. O kit de Sobrevivência do Descobridor Português no Mundo Anticolonial. Lisboa: Douda Correria, 2020.

RIBEIRO, Margarida Calafate; VECCHI, Roberto (Orgs.). Antologia da Memória poética colonial. Porto: Afrontamentos, 2011.

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Publicado

2023-12-22

Edição

Seção

Artigos