Kuumba na Amazônia paraense: a criatividade negra como propulsora à continuidade das existências negras na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2024.e98305Palavras-chave:
Diáspora Africana, Kuumba, Movimento Negro, Amazônia, Existência NegraResumo
O artigo em questão busca, através do princípio panafricanista de kuumba e das histórias africanas de Ananse, mergulhar no universo poético, político e revolucionário, engendrado pela população negra na diáspora africana, sobretudo na Amazônia paraense, para que assim seja possível compreender algumas práticas criativas do Movimento Negro que visam à manutenção das existências negras, tanto no período colonial quanto na contemporaneidade. Para tanto, as reflexões e as análises realizadas possuem, como base, as epistemologias negras da diáspora africana em suas múltiplas áreas do conhecimento, com o intuito de criar afroconfluências e compartilhamentos, como define o mestre Nego Bispo (2023), assim como o conhecimento de base afrocentrada, proposto pelo filósofo Molefi Kete Asante (2009). Deste modo, considero que o aprofundamento nas questões que envolvem as ações do Movimento Negro possibilita a continuidade dos aprendizados sobre as práticas ancestrais como tecnologias de sobrevivência e manutenção das existências negras, mesmo diante das adversidades como o racismo, o colonialismo, o capitalismo e as opressões contra seres humanos e natureza.
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