A evolução da crítica de Antonio Candido a Vidas secas
DOI:
https://doi.org/10.5007/2176-8552.2024.e99226Palavras-chave:
Antonio Candido, Graciliano Ramos, Vidas secasResumo
Neste trabalho, analisamos três ensaios de Antonio Candido sobre o romance Vidas secas, de Graciliano Ramos. De início, nas duas primeiras análises, o crítico acreditava que a obra pertencia à tradição do naturalismo, sendo central à narrativa a dramatização do vínculo brutal entre ser humano e terra, que está presente também n’Os sertões de Euclides da Cunha. Posteriormente, porém, precisamente no cinquentenário do livro, em ensaio pouco comentado, o crítico revê suas posições, destacando, dessa vez, como central à narrativa graciliana a busca por representar a riqueza interior de personagens marginalizadas social e culturalmente. Acompanhar a evolução dessa perspectiva crítica permite apreender uma compreensão bastante complexa e relevante tanto da literatura quanto do último romance do escritor alagoano e demonstra a evolução do pensamento crítico e teórico de Candido.
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