Descosendo fronteiras e cosendo ritmos musicais: algumas linhas para a leitura de Também os Brancos Sabem Dançar

Autores

  • Cláudia Fernandes Universidade de Viena

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2024.e99305

Palavras-chave:

Identidade, Música, Fronteira, Herança colonial

Resumo

Num mundo globalizado, a detenção de um músico africano na Europa surge como motivo para a reflexão sobre fronteiras geográficas, hierárquicas, culturais, identitárias e musicais. Todas estas linhas tecem o enredo de um romance que alinhava questões como os fluxos migratórios e pedidos de asilo com a história da música, a herança colonial e a natureza humana. As fronteiras, tanto reais como simbólicas que são apresentadas pelos vários narradores, expõem várias perspectivas que os aproximam ou distanciam entre si. A música ocupa igualmente um lugar central neste romance, mostrando-a também como espaço de liberdade e de identidade e um lugar propício para utopias.

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Publicado

2024-12-03

Edição

Seção

Tecendo futuros. Utopias e distopias contra/coloniais