Os enxertos de Silviano Santiago e Jacques Derrida

Autores

  • Gabriel Martins da Silva PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2024.e99372

Palavras-chave:

Silviano Santiago, Jacques Derrida, autobiografia, enxerto, escritura

Resumo

Este ensaio discute a noção de enxerto, que perpassa, de diferentes formas, a obra crítica e ficcional de Silviano Santiago, ancorada sobretudo na sua leitura de Jacques Derrida. Seguindo o rastro deixado por este conceito, a partir de Menino sem passado (2021) encontramos o enxerto como um operador para se entender a composição familiar dos Santiago e, também, como uma metáfora operatória, correspondente à técnica de jardinagem do pai, servindo à caracterização das alianças que se insinuam na formação da tradicional família mineira. Ao fim, o ensaio estabelece uma análise cruzada das produções memorialistas de Drummond e Silviano, mediadas pelo gesto da enxertia, pela apropriação de fragmentos de outros textos e da escrita como consequência da leitura.

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Publicado

2024-12-03