Ocupação de conchas e utilização de microambientes por caranguejos ermitões (Decapoda, Anomura) na Praia da Fortaleza, Ubatuba, São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7925.2009v22n2p65Resumo
A maioria das espécies de ermitões utiliza conchas vazias de gastrópodes como abrigos móveis. A variação na disponibilidade desse recurso em microambientes distintos pode minimizar interações competitivas em espécies simpátricas, possibilitando sua coexistência. O presente trabalho teve como objetivos caracterizar a ocupação de conchas de gastrópodes por três espécies de ermitões e avaliar a disponibilidade das conchas e a utilização de microambientes pelos ermitões e gastrópodes em uma área infralitorânea no litoral norte do Estado de São Paulo. Para tanto, foram estabelecidos transectos, nos quais foram coletados todos os ermitões, gastrópodes e conchas vazias encontrados, registrando-se o tipo de microambiente utilizado. Em uma sub-amostra, os ermitões foram identificados e classificados quanto às categorias reprodutivas. As conchas utilizadas pelos caranguejos foram identificadas e avaliadas quanto à presença de danos e incrustações. Foram registradas três espécies de ermitão (Paguristes tortugae, Pagurus brevidactylus e Pagurus criniticornis), ocupando 15 espécies de conchas de gastrópodes e uma de escafópode (Dentalium sp.), com danos físicos e incrustação das conchas significativamente diferentes entre as espécies de ermitões. Em relação à utilização de microambientes, P. tortugae e P. brevidactylus foram encontrados principalmente em algas calcárias, enquanto P. criniticornis ocorreu principalmente em areia. Apesar das diferenças de utilização de conchas e microambientes, a grande sobreposição no uso desses recursos, principalmente entre os pagurídeos é um indicativo de que interações competitivas são fatores reguladores importantes para essas populações.
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