Análise da intervenção educativa em saúde no desempenho de atividades básicas e instrumentais de vida diária em usuários com transtornos mentais em processo de mudança para as residências terapêuticas
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Resumo
Objetivou-se analisar de que forma as ações da Educação Popular em Saúde (EPS) podem contribuir para desenvolver a independência e autonomia nas atividades básicas e instrumentais de vida diária junto aos usuários com transtornos mentais institucionalizados e em processo de mudança da Unidade de Reabilitação Psicossocial para as Residências Terapêuticas. A intervenção foi constituída de quinze encontros grupais conduzidos e organizados de modo sequencial pelos pesquisadores de acordo com o grau de complexidade das mesmas. Para a coleta dos dados foi aplicado o Inventário de Habilidades de Vida Independente antes e após a intervenção e a análise foi construída através de uma triangulação de métodos qualitativos e quantitativos. A amostra foi composta por nove usuários portadores de transtorno mental. Os resultados qualitativos demonstraram evolução significativa dos participantes que ao longo do estudo adquiriram noções de administração de dinheiro, tomaram decisões quanto à própria alimentação e realizaram atividades de simulação de uso de transporte coletivo, favorecendo a quebra da rotina institucional. Em relação aos resultados quantitativos, observou-se que a maioria dos usuários com menor tempo de institucionalização obteve melhor desempenho na realização de suas atividades, apontando assim, o tempo de institucionalização como um fator que contribuiu para a diminuição do desempenho destes usuários. Acredita-se que a realização da pesquisa apresentou grande relevância, pois demonstrou que a EPS é uma importante ferramenta na superação de desafios cotidianos na saúde mental, quebrando paradigmas, construindo sujeitos mais independentes e consolidando novas práticas comprometidas com o rompimento das barreiras sociais, econômicas e políticas vigentes.
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