A clínica psicológica no contexto das Políticas de Saúde Mental no Brasil
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Resumo
Este trabalho se propõe a refletir com o leitor aspectos do cuidado terapêutico ao paciente. Tais aspectos orientam os rumos da reforma psiquiátrica no Brasil. Problematizamos a clínica psicológica no contexto das políticas de saúde mental no Brasil, percebendo suas interfaces com as ações dos outros profissionais. Atrelada às questões políticas e de mercado, a clínica psicológica passou muitos anos associada à prestação de serviços para elites, pois eram estas as pessoas que poderiam pagar pelos serviços prestados. Ainda hoje, mesmo após o advento do SUS, a maior parte das ações dos psicólogos, são atividades interdisciplinares e não as atividades clínicas. Ainda quando estas ocorrem, são na maior parte das vezes ações clínicas de apoio e não baseadas no recurso psicoterápico. Psicoterapia é uma estratégia específica de atenção psicológica, entendida na saúde mental como um recurso de média complexidade, auxiliando o paciente a pensar sobre si mesmo e seus processos de escolha. A psicoterapia é uma ferramenta de emancipação e desenvolvimento de cidadania, que promove auto-reflexão e crescimento, evita violência doméstica, suicídios e homicídios, além de ser umas das ferramentas mais importantes na história da psicologia clínica que poderia colaborar efetivamente com a implantação de um novo modelo de saúde mental no Brasil. Entendemos que um caminho sólido em direção à consolidação da reforma psiquiátrica no Brasil implicaria na inclusão de psicólogos na equipe mínima da ESF, bem como na inclusão do recurso psicoterápico na atenção primária.
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