Limites e desafios da rede de atenção psicossocial na perspectiva dos trabalhadores de saúde mental

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Girlane Mayara Peres
Maria Aparecida Crepaldi
Cibele Cunha Lima da Motta
Tania Maris Grigolo

Resumo

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) foi instituída pela portaria GM 3.088 de dezembro de 2011. Ela cria, amplia e articula pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento psíquico e/ou com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no sistema do Sistema Único de Saúde. A partir desse contexto, este artigo tem como objetivo conhecer os limites e desafios da implantação da RAPS em uma cidade no estado de Santa Catarina na perspectiva dos profissionais. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo exploratória. Utilizou-se entrevista semi-estruturada de dois profissionais de saúde e análise documental oriundo do Seminário "Práticas Inovadoras em Atenção Psicossocial", que ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro de 2013 na Universidade Federal de Santa Catarina. Os dados foram categorizados e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. A implantação da RAPS veio consolidar e potencializar a rede de saúde e a intersetorialidade, contribuindo dessa forma para o contínuo processo de construção da reforma psiquiátrica no Brasil. Percebe-se que a RAPS é construída pelo modelo psicossocial, uma vez que é um passo importante para o caminho da reforma psiquiátrica e ela reforça a corresponsbilização entre os serviços, a clínica ampliada e a integralidade. No entanto, faz parte dela serviços que estão capacitados pela lógica biomédica como o SAMU, as Comunidades Terapêuticas e a despotencialização de alguns serviços como os CAPS.   

Detalhes do artigo

Como Citar
PERES, Girlane Mayara; CREPALDI, Maria Aparecida; MOTTA, Cibele Cunha Lima da; GRIGOLO, Tania Maris. Limites e desafios da rede de atenção psicossocial na perspectiva dos trabalhadores de saúde mental. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 10, n. 27, p. 34–52, 2018. DOI: 10.5007/cbsm.v10i27.69033. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/69033. Acesso em: 26 abr. 2024.
Seção
Artigos originais
Biografia do Autor

Girlane Mayara Peres, Universidade Federal de Santa Catarina

Mestre em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Especialista em terapia relacional sistêmica.

Maria Aparecida Crepaldi, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora Associada IV da Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo - USP, com especialização em Psicologia Clínica Infantil pelo Hospital das Clínicas da FMRP-USP, e em Terapia Familiar e de Casal pelo Instituto de Terapia Familiar de São Paulo - ITF e Association Parisiènne de Recherche et Thérapie Familiale - APRTF, França. Título de especialista em Psicologia Clínica e e Psicologia Hospitalar (CFP), Mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela PUC-RJ, Doutorado em Saúde Mental pela UNICAMP, com estágio Sandwich na Universidade de Paris (Paris VI). Pós-Doutorado pela Universidade do Québec em Montreal - UQÀM (2007-2008). Pós-Doutorado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (2008). Professora Associada da Universidade do Québec em Montréal (UQÀM). Docente orientadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia-UFSC. Docente do Programa Integrado de Residência Multiprofissional em Saúde HU - UFSC. Foi coordenadora do Programa de pós-graduação em Psicologia da UFSC de 2011.02 à 2013.01.Tem experiência na área de Psicologia da Saúde e Psicologia da Família.

Cibele Cunha Lima da Motta, Universidade Federal de Santa Catarina

Atualmente em estágio Pó-doutaral junto ao Laboratório de Psicologia de Saúde Família e Comunidade - LABSFAC da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Possui doutorado pelo Programa de Pós-Graduação de Psicologia UFSC (2011), mestrado em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia - UFSC (2003), título de especialista em clínica pelo conselho Federal de Psicologia (2006) e graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC (1998). Profissionalmente, atuou como docente na Universidade Estadual de Santa Catarina -UDESC, Campi CEAVE, na Facvest, Faculdades Integradas em Lages e na Fundação Educacional Hansa Hammonia em Ibirama. Atuou também como tutora de Psicologia do Programa de Residência Integrada em Saúde da Família. Principal área de atuação é em Psicologia da Saúde, especialmente nos temas de atenção psicológica em saúde pública, processos diagnósticos e clínicos da depressão e processos psicológicos do ciclo gravídico puerperal

Tania Maris Grigolo, Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina

Doutora em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília (UnB), Mestre em Sociologia Política (UFSC) e Especialista em Saúde Mental Coletiva (UFSM). Docente do Curso de Psicologia da Faculdade CESUSC, mantida pelo Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina.Tem experiência profissional no campo da gestão das políticas de saúde mental e da clínica da atenção psicossocial. Professora do Mestrado Profissional em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da UFSC. Atua principalmente nos seguintes temas: Políticas de Saúde e Saúde Mental, Rede de Atenção Psicossocial, Clínica da Atenção Psicossocial, Supervisão clínico-institucional de Centros de Atenção Psicossocial - Transtornos Mentais e Álcool e outras Drogas, Organização e Avaliação de Serviços da Rede de Atenção Psicossocial, Educação Permanente e Pesquisa em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.