O caso do sequestro do bebê: a violência do estado e as possibilidades de resistir
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Resumen
A partir do relato de um episódio em que o poder público “sequestra” o bebê de uma usuária dentro de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III), problematizamos como o Estado tem produzido práticas segregativas e mortíferas, especialmente direcionadas às populações que vivem à margem do mundo do trabalho, por meio de uma construção discursiva, em que a droga ilícita, com destaque para o crack, assume o caráter de um mal social a ser extirpado. O episódio em pauta evidencia grave violação dos direitos tanto das mulheres usuárias de drogas e com trajetória de rua quanto de seus filhos recém-nascidos. Em nome da proteção à vida do bebê, utilizam-se dispositivos biopolíticos no intuito de controlar determinadas populações apartadas socialmente através de critérios socioeconômicos, raciais, de gênero e saúde. Tais práticas e a violência que as constitui repercutem diretamente sobre os trabalhadores e serviços que ofertam o cuidado às mães e seus bebês, por ferirem a ética que orienta suas atividades. É necessário encontrar formas de resistir à toda violência estrutural que perpassa trabalhadores e usuários, tanto no âmbito individual, na gestão do próprio trabalho, quanto no âmbito coletivo, da articulação e fortalecimento de movimentos sociais cuja pauta é a garantia de direitos humanos e sociais das minorias políticas.
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Cómo citar
ALMEIDA, Daniela Tonizza de; BARROS, Vanessa Andrade. O caso do sequestro do bebê: a violência do estado e as possibilidades de resistir. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 9, n. 24, p. 148–176, 2017. DOI: 10.5007/cbsm.v9i24.69627. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/69627. Acesso em: 17 abr. 2025.
Sección
3º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental
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