Saúde mental infantojuvenil: estratégias de cuidado em unidade de acolhimento
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Abstract
O consumo de álcool e outras drogas por crianças e adolescentes tem sido uma questão desafiadora para diferentes políticas públicas. Dentre os serviços para responder a esta demanda, encontra-se a Unidade de Acolhimento Infantojuvenil (UAI). O objetivo deste estudo é compreender quais as estratégias de cuidado utilizadas pelos profissionais de uma UAI, bem como discutir a promoção de autonomia neste contexto. Trata-se de estudo qualitativo exploratório, realizado numa cidade de grande porte do Estado de São Paulo com os profissionais de formação universitária e acompanhantes comunitários. Os achados foram analisados a partir das categorias – caracterização da UAI; complexidade e singularidade das demandas; promoção de autonomia: concepções e práticas; especificidades e desafios do trabalho e a UAI na rede de atenção psicossocial, em diálogo com a concepção de autonomia proposta por Paulo Freire. A UAI é compreendida enquanto espaço privilegiado de trabalho com o habitar, o cotidiano, a convivência e a promoção de acesso aos recursos existentes no território, como cultura, arte, lazer, saúde e educação. Tais ações se agenciam aos projetos de vida dos moradores, em conjunto com o Centro de Atenção Psicossocial e demais serviços da rede. A redução de danos é pensada enquanto estratégica para um cuidado mais efetivo, pautado no vínculo, na escuta qualificada e na promoção de autonomia. A UAI aparece enquanto dispositivo para a promoção de práticas libertárias e emancipatórias, rompendo a lógica tutelar. A transitoriedade é enfatizada enquanto dificuldade, tal qual a criação de estratégias de valorização da potência dos sujeitos e do território.
Palavras chave: infância; adolescência; saúde mental; acolhimento; autonomia.
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