Sobre falas e fotos: narrativas de pessoas com transtornos mentais sobre si e a cidade

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Kamila Barros Tizatto
Gisele Schwede

Resumo

A cidade, neste estudo, é compreendida não como o palco onde as coisas acontecem, mas como um ator que se modifica e modifica os sujeitos que nela se inserem por meio de uma relação dialética. Durantes séculos esta mesma cidade foi colocada numa posição dicotômica em sua relação com as pessoas com transtornos mentais que, por sua vez, traçaram um longo caminho permeado pelo abandono, violência e exclusão social. Com o avanço dos movimentos de desospitalização da sociedade é chegada a hora destas pessoas adentrarem a cidade e (re)estabelecerem o espaço social que lhes foi atribuído. Compreender como estes sujeitos percebem as manifestações de inclusão e exclusão social nesta cidade contemporânea é o que se objetiva este estudo e que, para tal, utiliza-se da produção fotográfica, compreendendo-a como um novo suporte expressivo para sujeitos que por demasiado tempo tiveram silenciadas suas falas. Ao final, percebeu-se a posição com a qual estes sujeitos pesquisados colocam-se em relação ao transtorno mental, num posicionamento crente das limitações impostas por conta desta condição, paralelo ainda, à enfatizada importância que atribuem ao trabalho enquanto meio para alcançar a cidadania plena.

Detalhes do artigo

Como Citar
TIZATTO, Kamila Barros; SCHWEDE, Gisele. Sobre falas e fotos: narrativas de pessoas com transtornos mentais sobre si e a cidade. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, [S. l.], v. 8, n. 17, p. 32–56, 2016. DOI: 10.5007/cbsm.v8i17.69016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/69016. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Número Temático: A terapêutica e a natureza do terapêutico
Biografia do Autor

Kamila Barros Tizatto, Faculdade Guilherme Guimbala – ACE/FGG

Graduada em Psicologia Associação Catarinense de Ensino, Faculdade Guilherme Guimbala (2013). Atuou na implantação do primeiro Serviço Residencial Terapêutico de SC, conforme portaria nº 106/MS/2000. Atualmente é Psicóloga em serviço alocado à alta complexidade da política de Assistência Social, que oferece atendimento para crianças e adolescentes com direitos violados. Conselheira não-governamental pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de Joinville (Gestão 2014-2016). Professora em cursos de nível técnico e iniciação profissional.

 

Gisele Schwede, Faculdade Guilherme Guimbala – ACE/FGG

Em data, professora no curso de graduação em Psicologia na Associação Catarinense de Ensino, Faculdade Guilherme Guimbala, orientadora da pesquisa-intervenção da qual resulta o artigo em tela.