Influência da folga financeira na estrutura de capital em empresas de alimentos brasileiras, chilenas e mexicanas
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8069.2018v15n35p88Resumo
Este estudo teve como objetivo examinar a influência da folga financeira na estrutura de capital das empresas de alimentos brasileiras, chilenas e mexicanas. Trata-se de uma pesquisa descritiva, documental e quantitativa. O período de estudo compreende os anos de 2009 a 2013, tendo como amostra 29 organizações. Os resultados mostram a folga financeira como fator determinante da estrutura de capital das empresas de alimentos nos três países, apresentando influência negativa sobre o endividamento de curto prazo (no Brasil, Chile e México) e total (no Brasil), bem como positiva sobre o endividamento de longo prazo (no Chile e México). Desta forma, pode-se identificar que as empresas tendem a constituir folga financeira com recursos próprios inicialmente, aderente à teoria pecking-order, mas quando não possível por este meio, utilizam recursos de terceiros de longo prazo para usufruir dos benefícios vinculados a folga financeira. Além disso, as relações encontradas são mais próximas entre empresas chilenas e mexicanas comparativamente as organizações brasileiras.
Referências
ANGGONO, A. H.; PERTIWI, G. C. Optimal Capital Structure Analysis of Food and Beverages Sub-Sector Industry in Indonesia from 2008-2011: A Case Study. World Journal of Social Sciences, v. 13, n. 4, p. 212-227, 2013.
BASTOS, D. D.; NAKAMURA, W. T. Determinantes da estrutura de capital das companhias abertas no Brasil, México e Chile no período 2001-2006. Revista Contabilidade & Finanças-USP, v. 20, n. 50, p. 75-94, 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772009000200006
BASTOS, D. D.; NAKAMURA, W. T.; BASSO, L. F. C. Determinantes da Estrutura de Capital das Companhias Abertas na América Latina: Um estudo empírico considerando fatores macroeconômicos e institucionais. RAM - Revista de Administração Mackenzie, v. 10, n. 6, p. 47-77, 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S1678-69712009000600005
BENACHENHOU, A. Países Emergentes. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão. 2013.
BRADLEY, S. W.; SHEPHERD, D. A.; WIKLUND, J. The importance of slack for new organizations facing ‘tough’environments. Journal of Management Studies, v. 48, n. 5, p. 1071-1097, 2011. doi:10.1111/j.1467-6486.2009.00906.x
BRESSAN, V. G. F.; BRESSAN, A. A.; BRAGA, M. J.; LIMA, J. E. de. Análise dos determinantes do endividamento das empresas de capital aberto do agronegócio brasileiro. Revista de Economia e Sociologia Rural - RESR, v. 47, n. 1, p. 89-122, 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-20032009000100004
CAMPOS, A. L. S.; NAKAMURA, W. T. Rebalanceamento da Estrutura de Capital: Endividamento Setorial e Folga Financeira. Revista de Administração Contemporânea, v. 19, n. spe., p. 20-37, 2015. http://dx.doi.org/10.1590/1982-7849rac20151789
CAMPOS, A.; NAKAMURA, W. T. Folga Financeira Avaliada como Endividamento Relativo e Estrutura de Capital. Revista de Finanças Aplicadas, v. 1, n. 1, p. 1-19, 2013.
CASAS, R. La investigación Biotecnológica en México: Tendencias en el sector agroalimentario. Cuidad de México: Instituto de Investigaciones Sociales, Universidad Nacional Autónoma de México, 1993.
CORREA, C. A.; BASSO, L. F. C.; NAKAMURA, W. T. A Estrutura de Capital das Maiores Empresas Brasileiras: Análise Empírica das Teorias Pecking Order e Trade-Off, usando Panel Data. RAM, Revista de Administração Mackenzie, v. 14, n. 4, 2013.
COSTA, N.; CORREIA, T. A Estrutura de capital das empresas familiares Portuguesas à luz da teoria da agência. Revista dos Algarves, n. 16, p. 32-39, 2007.
DANIEL, F.; LOHRKE, F. T.; FORNACIARI, C. J.; TURNER, R. A. Slack resources and firm performance: a meta-analysis. Journal of Business Research, v. 57, n. 6, 2004. https://doi.org/10.1016/S0148-2963(02)00439-3
DENIS, D. J. Financial Flexibility and Corporate Liquidity. Journal of Corporate Finance, v. 17, n. 3, p. 667-674, 2011. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2011.03.006
DURAND, D. Cost of debt and equity funds for business: trends and problems of measurement. In Conference on research on business finance, NBER, 1952.
FIORENTINO, G.; BROSSI, L.; AMELONG, I.; CAMPANATTI, C.;. As oito grandes tendências de crescimento até 2020. Boston: Bain & Company, Inc., 2012.
GARCIA, J. O. G. La actividad agrícola en México y el Mundo en el marco del sistema agroalimentario mundial: entre los agronegocios y el abasto de alimentos. INCEPTUM, v. 7, n. 13, p. 395-420, 2017.
GEORGE, G. Slack resources and the performance of privately held firms. Academy of Management Journal, v. 48, n. 4, p. 661-676, 2005. doi:10.5465/AMJ.2005.17843944
GRAHAM, J. R.; HARVEY, C. R. The theory and practice of corporate finance: Evidence from the field. Journal of Financial Economics, v. 60, n. 2, p. 187-243, 2001. https://doi.org/10.1016/S0304-405X(01)00044-7
HOFFMANN, P. S. Estructura de capital de las empresas que cotizan en la bolsa de valores chilena. Contaduría y Administración, n. 228, p. 41-66, 2009.
KIM, H.; KIM, H.; LEE, P. M. Ownership structure and the relationship between financial slack and R&D investments: Evidence from Korean firms. Organization Science, v. 19, n. 3, p. 404-418, 2008. https://doi.org/10.1287/orsc.1080.0360
MISHINA, Y.; POLLOCK, T. G.; PORAC, J. F. Are more resources always better for growth? Resource stickiness in market and product expansion. Strategic Management Journal, v. 25, n. 12, p. 1179-1197, 2004. doi:10.1002/smj.424
MODIGLIANI, F.; MILLER, M.H. Corporate income taxes and the cost of capital: correction. The American Economic Review, v. 70, n. 3, p. 433-443, 1963.
MODIGLIANI, F.; MILLER, M.H. The cost of capital, corporation finance and the theory of investment. The American Economic Review, v. 48, n. 3, p. 261-297, 1958.
MOUTON, M;, SMITH, N. Company Determinants of Capital Structure on the JSE Ltd and the Influence of the 2008 Financial Crisis. Journal of Economic and Financial Sciences, v. 9, n. 3, p. 789-806, 2016.
MYERS, S. C. The Capital Structure Puzzle. The Journal of Finance, v. 39, n. 3, 1984. doi:10.1111/j.1540-6261.1984.tb03646.x
MYERS, S.; MAJLUF, N. Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, v. 13, n. 2, p. 187-222, 1984. https://doi.org/10.1016/0304-405X(84)90023-0
NOHRIA, N.; GULATI, R. Is Slack Good or Bad for Innovation? Academy of Management Journal, v. 39, n. 5, p. 1245-1264, 1996. doi: 10.2307/256998
PEROBELLI, F. F. C.; FAMÁ, R. Fatores determinantes da estrutura de capital: aplicação a empresas de capital aberto no Brasil. Monografia. Universidade de São Paulo, Faculdade de Economia e Administração, São Paulo/SP, 2001.
PEROBELLI, F. F. C.; FAMÁ, R. Fatores determinantes da estrutura de capital para empresas Latino-Americanas. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 9-35, 2003. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552003000100002
PROCHILE. Conhecendo o Chile através de seu setor agro e alimentos. Disponível em: <http://www.prochile.gob.cl/int/brasil/wpcontent/blogs.dir/32/files_mf/1398260394Silvobaja.pdf>. Acesso em: 28 out. 2014.
RAJAN, R. G.; ZINGALES, L. What do we know about capital structure? Some evidence from international data. The Journal of Finance, v. 50, n. 5, p. 1421-1460, 1995.
RAO, J. O. Effect of Funding Sources on Financial Sustainability of Water Sector Institutions in Kenya. Master of Business Administration. University of Nairobi, Nairobi, 2013.
SHARFMAN, M. P., WOLF, G., CHASE, R. B., TANSIK, D. A. Antecedents of organizational slack. Academy of Management Review, v. 13, n. 4, p. 601-614, 1988. doi: 10.5465/AMR.1988.4307484
SINGH, J. V. Performance, slack, and risk taking in organizational decision making. Academy of Management Journal, v. 29, n. 3, p. 562-585, 1986. doi: 10.2307/256224
SUNDER, S. L.; MYERS, S. C. Testing static tradeoff against pecking order models of capital structure. Journal of Financial Economics, v. 51, n. 2, p. 219-244, 1999. https://doi.org/10.1016/S0304-405X(98)00051-8
TITMAN, S.; WESSELS, R. The determinants of capital structure choice. The Journal of finance, v. 43, n. 1, p. 1-19, 1988. doi:10.1111/j.1540-6261.1988.tb02585.x
TRIPATHY, N.; ASIJA, A. The Impact of Financial Crisis on the Determinants of Capital Structure of Listed Firms in India. Journal of International Business and Economy, v. 18, n. 1, p. 101-121, 2017.
VANACKER, T.; COLLEWAERT, V.; ZAHRA, S. A. (2017). Slack resources, firm performance, and the institutional context: Evidence from privately held European firms. Strategic Management Journal, v. 38, n. 6, p. 1305-1326, 2017. doi:10.1002/smj.2583
ZAMBUTO, F.; LO NIGRO, G.; O’BRIEN, J. P. The Importance of Alliances in Firm Capital Structure Decisions: Evidence from Biotechnology Firms. Managerial and Decisions Economics, v. 38, n. 1, p. 2-18, 2017. doi: 10.1002/mde.2735
ZHONG, H. The Relationship between Slack Resources and Performance: an empirical study from China. International Journal of Modern Education and Computer Science (IJMECS), v. 3, n. 1, p. 1, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta Revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais, de exercício profissional e para gestão pública. A Revista adotou a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional - CC BY NC ND. Esta licença permite acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos desde que com a citação da fonte, atribuindo os devidos créditos de autoria. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou um capítulo de livro).
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.