Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos
DOI:
https://doi.org/10.5007/%25xResumo
GODOI, Christiane Kleinübing et al (Org.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006. ISBN: 85-02-05948-3 Nos últimos anos, a área de Estudos Organizacionais vem recebendo uma série de críticas questionando a cientificidade das pesquisas desenvolvidas, sobretudo quando envolvem métodos qualitativos de pesquisa. Neste contexto, a obra justifica sua relevância ao apresentar uma compilação de quinze trabalhos de pesquisadores dedicados à reflexão da pesquisa qualitativa em Estudos Organizacionais. Dividida em três partes, sua primeira parte traz três capítulos que levam o leitor a uma reflexão epistemológica acerca da pesquisa qualitativa e de sua realidade deficiente nos Estudos Organizacionais. Primeiramente, o leitor é levado a compreender a evolução do pensamento científico e de seus reflexos nas teorias das organizações, fazendo emergir um paradigma de complexidade nos Estudos Organizacionais. A emergência de uma perspectiva multiparadigmática também é abordada nesta parte inicial do livro, que faz com que o leitor reflita sobre as várias maneiras de perceber e conceber a realidade social, fornecendo várias possibilidades de investigação dessa realidade. Finalmente, o capítulo terceiro, ao realizar uma análise bibliométrica dos Estudos Organizacionais brasileiros, aponta para uma realidade de fragilidade nos métodos de pesquisa qualitativos utilizados, indicando uma falta de clareza nos métodos adotados ou ainda uma ausência de métodos. A segunda parte do livro apresenta, em seis capítulos, algumas estratégias de pesquisas em organizações, caracterizando e apontando possibilidades de uso mais adequadas a cada estratégia. A grande contribuição da obra consiste na variedade de estratégias apresentadas: estudo de caso, etnografia, história oral, pesquisa-ação, grounded theory e fenomenologia. O leitor que já possua clareza sobre qual método utilizar pode iniciar sua leitura diretamente no capítulo de seu interesse, já que as partes e os capítulos são independentes. A última parte do livro contempla os métodos de coleta e análise do material empírico em seis capítulos que abordam suas vantagens e desvantagens, potencialidades e limitações. Esta parte do livro é particularmente interessante para que o leitor reflita sobre as possibilidades de construção do próprio objeto da pesquisa a partir das interações e interpretações do pesquisador, e das inúmeras dificuldades e riscos que se apresentam na tarefa de manter a cientificidade da análise. Em síntese, esta obra não trata da pesquisa como algo que se possa desenvolver a partir de uma receita pré-concebida, mas, ao contrário, percebe a pesquisa como um meio para a criação de conhecimento intersubjetivo e compreensivo que vai sendo construído com a própria pesquisa e com o pesquisador. A obra, embora trate de um tema que possa levar a grandes questionamentos, é escrita em linguagem simples e acessível e deve ser inserida nas referências recomendadas para cursos de pós-graduação, sendo de interesse tanto para estudantes quanto para pesquisadores de todas as áreas que tenham nas organizações o foco de suas análises.Downloads
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