Red flags de auditoria e divulgação das deficiências de controles internos nas empresas do IBRX 100

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2021.e76636

Resumo

Este estudo analisou o efeito das Red Flags de Auditoria (RFA) sobre a divulgação de Deficiências de Controles Internos (DCI) das empresas participantes do Índice Brasil 100 da B3, no período de 2010 a 2018. A pesquisa, de natureza descritiva, documental e com abordagem quantitativa, utilizou-se da análise de conteúdo, testes de diferenças entre as médias/medianas/proporções e análise de regressão, logística e de Poisson para a análise dos dados. Os resultados evidenciaram que as categorias de DCI mais divulgadas foram: Políticas Contábeis; Falhas Tecnológicas; e Contas Específicas. As RFA relacionadas às vendas, contas a receber e depreciação, reduzem a probabilidade de divulgação de uma DCI, enquanto aquelas relacionadas à lucratividade e endividamento, aumentam. Os resultados reforçam o papel das RFA como sinalizadores de problemas nos controles internos das empresas, contribuindo para a avaliação de risco e redução da assimetria informacional para investidores, auditores, reguladores e demais usuários da informação contábil.

     

Biografia do Autor

Carolini Verdan Brandão, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Mestranda em Ciências Contábeis (UFES)

                     

Laise Mascarenha Ballarini, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Mestranda em Ciências Contábeis (UFES)

                   

Vagner Antônio Marques, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutor em Administração (UFMG)

Professor e Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis (UFES)

 

                         

Viviane da Costa Freitag, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Doutora em Contabilidade (UNISINOS)

Professora do Departamento de Finanças e Contabilidade (UFPB)

               

Referências

Baader, G., & Krcmar, H. (2018). Reducing false positives in fraud detection: combining the red flag approach with process mining. International Journal of Accounting Information Systems, 31, 1–16, dez. https://doi.org/10.1016/j.accinf.2018.03.004

Bauer, T. D., Bucaro, A. C., & Estep, C. (2020). The unintended consequences of material weakness reporting on auditors’ acceptance of aggressive client reporting. The Accounting Review, 95(4), 51–72, 1 jul. https://doi.org/10.2308/accr-52610

Beneish, M. D. (1999). The detection of earnings manipulation. Financial Analysts Journal, 55(5), 24–36, set. https://doi.org/10.2469/faj.v55.n5.2296

Beneish, M. D., Lee, C. M. C., & Nichols, D. C. (2013). Earnings Manipulation and Expected Returns. Financial Analysts Journal, 69(2), 57–82. https://doi.org/10.2469/faj.v69.n2.1

Bolton, B., Lian, Q., Rupley, K., Zhao, J. (2016). Industry contagion effects of internal control material weakness disclosures. Advances in Accounting, 34, 27–40, set. 2016. https://doi.org/10.1016/j.adiac.2016.07.004

Brasil. Instrução Normativa 308 da Comissão de Valores Mobiliários, de 14 de maio de 1999. Dispõe sobre o registro e o exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários, define os deveres e as responsabilidades dos administradores das entidades auditadas no relacionamento com os auditores independentes, e revoga as Instruções CVM nº 216, de 29 de junho de 1994, e 275, de 12 de março de 1998. http://www.cvm.gov.br

Brasil. Instrução Normativa 480 da Comissão de Valores Mobiliários, de 7 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o registro de emissores de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados de valores mobiliários. http://www.cvm.gov.br

Brasil. Instrução Normativa 552 da Comissão de Valores Mobiliários, de 9 de outubro de 2014. Altera e acrescenta dispositivos à Instrução CVM no 480, de 7 de dezembro de 2009 e altera dispositivos da Instrução CVM no 358, de 3 de janeiro de 2002 e da Instrução CVM no 481, de 17 de dezembro de 2009. http://www.cvm.gov.br

Brickley, J. A., & Zimmerman, J. L. (2010). Corporate governance myths: comments on armstrong, guay, and weber. Journal of Accounting and Economics, 50(2–3), 235–245, dez. 2010. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.10.002

Cao, J., Luo, X., & Zhang, W. (2020). Corporate employment, red flags, and audit effort. Journal of Accounting and Public Policy, 39(1), 106710, jan. https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2019.106710

Conselho Federal de Contabilidade. (2009). Resolução CFC No. 1.210/09 Aprova a NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências de Controle Interno. http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1210.pdf

Choi, J., Choi, S., Hogan C. E., & Lee, J. (2013). The effect of human resource investment in internal control on the disclosure of internal control weaknesses. Auditing: A Journal of Practice & Theory, 32(4), 169–199, nov. 2013. https://doi.org/10.2308/ajpt-50514

Clinton, S. B., Pinello, A. S., & Skaife, H. A. (2014). The implications of ineffective internal control and SOX 404 reporting for financial analysts. Journal of Accounting and Public Policy, 33(4), 303–327, jul. 2014. https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2014.04.005

Donelson, D. C., Ege, M. S., & Mcinnis, J. M. (2017). Internal control weaknesses and financial reporting fraud. Auditing: A Journal of Practice & Theory, 36(3), 45–69, ago. https://doi.org/10.2308/ajpt-51608

Doyle, J. T., Ge, W., & Mcvay, S. (2007). Accruals quality and internal control over financial reporting. The Accounting Review, 82(5), 1141–1170, 1 out. 2007. https://doi.org/10.2308/accr.2007.82.5.1141

Fávero, L. P. (2015). Análise de dados: modelos de regressão com Excel, Stata e SPSS. Rio de Janeiro: Elsevier.

Feroz, E. H., Kwon, T. M., Pastena, V. S., & Park, K. (2000). The efficacy of red flags in predicting the SEC’s targets: an artificial neural networks approach. International Journal of Intelligent Systems in Accounting, Finance & Management, 9(3), 145–157. https://doi.org/10.1002/1099-1174(200009)9:3<145::aid-isaf185>3.0.co;2-g

Fiirst, C., Pamplona, E., Haag, S., & Silva, M. Z. (2017). Evidenciação de fatores de riscos de deficiência do controle interno de empresas brasileiras com ADRs. Revista Ciências Sociais em Perspectiva, 16(31), 2017. https://doi.org/10.5935/rcsp.v16i31.15060

Ge, W., Koester, A., & Mcvay, S. (2017). Benefits and costs of Sarbanes-Oxley Section 404(b) exemption: Evidence from small firms’ internal control disclosures. Journal of Accounting and Economics, 63(2–3), 358–384, abr. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2017.01.001

Ge, W, & Mcvay, S. (2005). The disclosure of material weaknesses in internal control after the sarbanes-oxley act. Accounting Horizons, 19(3), 137–158, 1 set. https://doi.org/10.2308/acch.2005.19.3.137

Grove, H., & Basilico, E. (2008). Fraudulent financial reporting detection: key ratios plus corporate governance factors. International Studies of Management & Organization, 38(3), 10–42, set. 2008. https://doi.org/10.2753/IMO0020-8825380301

Grove, H., & Cook, T. (2004). Lessons for auditors: quantitative and qualitative red flags. Journal of Forensic Accounting, 5, 131–146, 2004.

Grove, H., & Cook, T. (2007). Fruadulent detection financial reporting detection: corporate governance red flags. Corporate Ownership and Control, 4(4). https://doi.org/10.22495/cocv4i4c2p1

Gullkvist, B., & Jokipii, A. (2013). Perceived importance of red flags across fraud types. Critical Perspectives on Accounting, 24(1), 44–61, fev. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2012.01.004

Hammersley, J. S., Myers, L. A., & Shakespeare, C. (2008). Market reactions to the disclosure of internal control weaknesses and to the characteristics of those weaknesses under section 302 of the Sarbanes Oxley Act of 2002. Review of Accounting Studies, 13(1), 141–165, mar. https://doi.org/10.1007/s11142-007-9046-z

Hoi, C. K., Wu, Q., & Zhang, H. (2019). Does social capital mitigate agency problems? Evidence from Chief Executive Officer (CEO) compensation. Journal of Financial Economics, 133(2), 498–519, ago. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2019.02.009

Kassem, R., & Hegazy, M. A. (2010). fraudulent financial reporting: do red flags really help? International Journal of Academic Research: Economics and Engineering, 4, dez.

Krambia‐Kapardis, M., Christodoulou, C., & Agathocleous, M. (2010). Neural networks: the panacea in fraud detection? Managerial Auditing Journal, 25(7), 659–678, 27 jul. https://doi.org/10.1108/02686901011061342

Lenard, M. J., Petruska, K. A., Alam, P., & Yu, B. (2016). Internal control weaknesses and evidence of real activities manipulation. Advances in Accounting, 33, 47–58, jun. https://doi.org/10.1016/j.adiac.2016.04.008

Li, Y., Park, Y., & Wynn, J. (2018). Investor reactions to restatements conditional on disclosure of internal control weaknesses. Journal of Applied Accounting Research, 19(3), 423–439, 10 set. https://doi.org/10.1108/JAAR-10-2017-0107

Liu, X., & Liu, X. (2017). CEO equity incentives and the remediation of material weaknesses in internal control. Journal of Business Finance & Accounting, 28 jul. https://doi.org/10.1111/jbfa.12265

Lopes, I. M. O., Marques, V. A., & Louzada, L. C. (2019). Deficiências dos controles internos das empresas listadas na [B3]. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 7(3), 105–126, 2 set. https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2019v7n3.41207

Omar, N., Johari, Z., Amirah, & Smith, M. (2017). Predicting fraudulent financial reporting using artificial neural network. Journal of Financial Crime, 24(2), 362–387, 2 maio. https://doi.org/10.1108/JFC-11-2015-0061

Rae, K., Sands, J., & Subramaniam, N. (2017). Associations among the five components within COSO internal control-integrated framework as the underpinning of quality corporate governance. Australasian Accounting, Business and Finance Journal, 11(1), 28–54. https://doi.org/10.14453/aabfj.v11i1.4

Rice, S. C., & Weber, D. P. (2012). How effective is internal control reporting under SOX 404? Determinants of the (non-)disclosure of existing material weaknesses. Journal of Accounting Research, 50(3), 811–843, jun. https://doi.org/10.1111/j.1475-679X.2011.00434.x

Saldaña, J. (2013). The coding manual for qualitative researchers. 2nd. Los Angeles: Sage.

Su, L., Zhao, X. & Zhou, G. (2014). Do customers respond to the disclosure of internal control weakness? Journal of Business Research, 67(7), 1508–1518, jul. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2013.06.009

Teixeira, S. A., & Cunha, P. R. (2016). Índice de deficiências de controle interno: análise de empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA. Anais do X Congresso ANPCONT, http://anpcont.org.br/pdf/2016/MFC327.pdf

Teixeira, S. A., & Cunha, P. R. (2016a). Efeito moderador das deficiências do controle interno na relação entre seus determinantes e consequentes. Anais do XVI Congresso USP Controladoria e Contabilidade, São Paulo https://congressousp.fipecafi.org/anais/artigos162016/220.pdf

Wooldridge, J. (2011). Econometric analysis of cross section and panel data. 2nd. Cambridge: MIT-Massachussets Institute Technology, 2011.

Zakaria, K. M., Nawawi, A., & Salin, A. S. A. P. (2016). Internal controls and fraud – empirical evidence from oil and gas company. Journal of Financial Crime, 23(4), 1154–1168, 3 out. https://doi.org/10.1108/JFC-04-2016-0021

Publicado

2021-07-20

Como Citar

Brandão, C. V., Ballarini, L. M., Marques, V. A., & Freitag, V. da C. (2021). Red flags de auditoria e divulgação das deficiências de controles internos nas empresas do IBRX 100 . Revista Contemporânea De Contabilidade, 18(48), 22–39. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2021.e76636

Edição

Seção

Artigos