Pobreza e gênero: evolução dos indicadores de pobreza Foster-Greer-Thorbecke (FGT) para o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8085.2020.e71922Resumo
O objetivo desse artigo é avaliar a hipótese de que houve feminização da pobreza no Brasil nos anos de 2005 e 2015, utilizando-se dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir do índice de pobreza Foster-Greer-Thorbecke (FGT), foi calculada a proporção de pobres (P0) em relação ao restante da população, o hiato de pobreza (P1) e sua severidade (P2) para o Brasil e suas macrorregiões, segundo gênero, posição na ocupação e na família. Os principais resultados não apontam evidências de feminização da pobreza no período quando são comparados os gêneros. Porém, levando-se em consideração a posição de ocupação da mulher (chefe ou cônjuge) e o tipo de família (mulher com filhos), houve aumento na incidência e intensidade da pobreza ao longo dos anos analisados.
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