Análise da concentração produtiva na agropecuária catarinense no período de 1996 a 2016

Autores

  • Matheus Setubal Milverstet
  • Arlei Luiz Fachinello Depto de Economia e Relações Internacionais da UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8085.2019v22n1p170

Resumo

A globalização, bem como a modernização das atividades agropecuárias, tem reforçado a sua tendência à especialização produtiva. Em um cenário internacional caracterizado pela grande demanda e valorização de commodities, restrições de mão de obra local, de capital e terra, assim como das exigências institucionais, tornam a possibilidade de o pequeno produtor manter uma produção diversificada cada vez mais difícil. Além disso, políticas públicas que privilegiam determinadas atividades distorcem as decisões de produção reforçando os já presentes ganhos advindas da especialização. Mesmo diante das incertezas nos resultados da produção especializada, a exploração de cultivos que demandam economias de escala parece ser o caminho mais atrativo para um grande número de produtores. Assim, este trabalho visou analisar a existência ou não de uma tendência à concentração produtiva na agropecuária catarinense. Com base no Índice de Herfindahl e no Quociente Locacional, calculados para as últimas duas décadas nas mesorregiões do estado, verificou-se que para Santa Catarina como um todo, os indicadores não apontam tendências a concentração produtiva, mas em algumas de suas mesorregiões há sinais de concentração produtiva.

Biografia do Autor

Matheus Setubal Milverstet

Graduado em Economia pela UFSC

Arlei Luiz Fachinello, Depto de Economia e Relações Internacionais da UFSC

Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSC

Referências

ALTIERI, M; NICHOLLS, C, I. “Agroecología: Teoría y práctica para una agricultura sustentable”. Serie Textos Básicos para la Formación Ambiental. 1ª Edición. México D.F.: PNUMA, p.250, 2000.

ALVES, Eliseu. “Excluídos da modernização da agricultura: Responsabilidade da extensão rural?”. Revista de Política Agrícola, Brasília, v. 22, n. 3, p.3-5, 2013.

BACKES, Rogério Luiz. “Área plantada de feijão diminui em Santa Catarina”. Campo e Lavoura. Entrevista concedida a Elizandra Gomes, 2013 (Disponível em

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/campo-e-lavoura/videos/t/edicoes/v/area-plantada-de- feijao-diminui-em-santa-catarina/2489778/, acesso em 02/06/018).

BARDSLEY, Peter; HARRIS, Michael. “An approach to the econometric estimation of attitudes to risk in agriculture”. Australian Journal of Agricultural Economics, [s.l.], v. 31, n. 2, p.112-126, 1987.

BRITTO, Jorge; ALBUQUERQUE, Eduardo da Motta e. “Clusters industriais na economia brasileira: Uma análise exploratória a partir de dados da RAIS”. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 32, n. 1, p.71-102, jan. 2002. Trimestral. (Disponível em http://www.revistas.usp.br/ee/article/view/117749, acesso em 04/04/2018).

BUAINAIN, A. M.; ALVES, E.; DA SILVEIRA, J. M.; NAVARRO, Z. “Sete teses sobre o mundo rural brasileiro”. Revista de Política Agrícola, Ano XXII n. 2, p. 105-121, abr./maio/jun 2013.

CHAVAS, Jean-Paul; HOLT, Matthew T. “Acreage Decisions under Risk: The Case of Corn and Soybeans”. American Journal of Agricultural Economics, [s.l.], v. 72, n. 3, p.529-538, ago. 1990.

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). Fonte de dados acerca da produção, produtividade e área plantada com soja. Disponível em http://www.conab.gov.br. Acessado em 21/08/2015.

CROCCO, Marco Aurélio et al. “Metodologia de identificação de aglomerações produtivas locais”. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 16, n. 2, p. 211-241, ago. 2006.

CHEW, A. FITTS, D. “Crop Diversity Amongst Smallholder Farmers in Tanzania: What are the Important Factors?”. EPAR Brief nr 237. 2013

EPAGRI – EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E EXTENSÃO RURAL DE SANTA CATARINA. Preços Médios de produtos agrícolas recebidos pelos agricultores. Florianópolis, 2018. Disponível em http://www.epagri.sc.gov.br/?page_id=2711. Acessado em 27/04 2018.

FALCO, Salvatore di; PERRINGS, Charles. “Crop biodiversity, risk management and the implications of agricultural assistance”. Ecological Economics, [s.l.], v. 55, n. 4, p.459-466, dez. 2005.

FALCO, Salvatore di; PERRINGS, Charles. “Crop Genetic Diversity, Productivity and Stability of Agroecosystems. A Theoretical and Empirical Investigation”. Scottish Journal Of Political Economy, [s.l.], v. 50, n. 2, p.207-216, maio 2003.

GOULARTI FILHO, Alcides. Formação econômica de Santa Catarina. 3. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, p. 431, 2016.

GUANZIROLI, Carlos. “Mercados viáveis para a inserção econômica dos agricultores familiares”. In: CAMPOS, Silvia Kanadani; NAVARRO, Zander (Org.). A pequena produção rural e as tendências do desenvolvimento agrário brasileiro: ganhar tempo é possível?. Brasília: Embrapa - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, p. 101-132, 2013.

GUILHOTO, Joaquim. The regional (state level) importance of the agribusiness GDP in the Brazilian economy. 2004. Disponível em https://mpra.ub.uni- muenchen.de/38310/1/MPRA_paper_38310.pdf. Acesso em 02/05/2018.

HANSEN, Jairo Jacó. “O desenvolvimento do complexo agroindustrial do Oeste catarinense e sua relação com o êxodo populacional: o caso da microrregião de São Miguel do Oeste”. Perspectiva Geográfica, Cascavel, v. 9, n. 11, 2014.

HAYAMI, Y. RUTTAN, V. Desenvolvimento agrícola: teoria e experiências internacionais. Brasília, DF: Embrapa, 1988. 367 p.

HASS, Jaqueline Mallmann. “Diversificação de produção no meio rural como estratégia de sobrevivência: um estudo de caso da região noroeste do Rio Grande do Sul”. In: IV ENCONTRONACIONAL DA ANPPAS, 2008, Brasília. Anais. (Disponível em http://www.anppas.org.br/encontro4/index.php?p=gt#gt1, acesso em 28/03/2018.

HEADEY, Derek D. “The evolution of global farming land: facts and interpretations”. Agricultural Economics, [s.l.], v. 47, n. 1, p.185-196, nov. 2016.

HIRAKURI, Marcelo Hiroshi; LAZZAROTTO, Joelsio José. O agronegócio da soja nos contextos mundial e brasileiro. Londrina: Embrapa Soja, 2014. 70 p. (Disponível em https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/990000/1/Oagronegociodasojanosconte xtosmundialebrasileiro.pdf.. Acesso em 14/04/2018.

HOFFMANN, R. “Distribuição da renda na agricultura”. In: BRANDÃO, A. S. P. (orgs). Os Problemas da Agricultura Brasileira: análise e sugestões. Rio de Janeiro, IPEA/INES, 1988.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo Agropecuário: 1995-1996. Santa Catarina. Rio de Janeiro: IBGE, 1997.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo demográfico 2000: documentação dos microdados da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, nov. de 2002. 1 CD-ROM.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo Agropecuário 2006. Rio de Janeiro. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/. Acesso em 08/07/2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Pesquisa Agropecuária Municipal: culturas temporárias e permanentes. Rio de Janeiro, v. 43, 2016a. Disponível em https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/agricultura-e- pecuaria/9117-producao-agricola-municipal-culturas-temporarias-e- permanentes.html?=&t=o-que-e. Acesso em 09/04/2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Produção da extração vegetal e da silvicultura. Rio de Janeiro, v. 31, 2016b. Disponível em https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/agricultura-e-pecuaria/9105- producao-da-extracao-vegetal-e-da-silvicultura.html?=&t=o-que-e. Acesso em 09/04/2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Pesquisa da Pecuária Municipal. Rio de Janeiro, v. 44, 2016c. Disponível em https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/economicas/agricultura-e- pecuaria/9107- producao-da-pecuaria-municipal.html?=&t=o-que-e. Acesso em 09/04/2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Sistema de Contas Nacionais. Rio de Janeiro, 2016. Disponível em https://www.ibge.gov.br/estatisticas- novoportal/economicas/contas-nacionais/9052-sistema-de-contas-nacionais- brasil.html?=&t=o-que-e. Acesso em 16/04/2018.

LAURINDO, Jean. “Agricultores esperam safra de fumo 40% maior no Alto Vale do Itajaí”. Jornal de Santa Catarina. Blumenau. 14 jan. 2017. Disponível em http://jornaldesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2017/01/agricultores-esperam- safra-de-fumo-40-maior-no-alto-vale-do-itajai-9331043.html. Acesso em: 02/06/2018.

MARCONDES, Tabajara. “A agropecuária em Santa Catarina: cenário atual e principais tendências”. Revista NECAT, Florianópolis, v. 5, n. 9, p.8-38, jan. 2016.

MIELE, Marcelo; MIRANDA, Cláudio Rocha de. “O desenvolvimento da agroindústria brasileira de carnes e as opções estratégicas dos pequenos produtores de suínos do Oeste Catarinense no início do século XXI”. In: CAMPOS, S. K.; NAVARRO, Z. (Org.). A pequena produção rural e as tendências do desenvolvimento agrário brasileiro: ganhar tempo é possível? Brasília, DF: CGEE, p. 201-229, 2013.

NEVES, Bidiah Mariano da Costa. Caracterização produtiva e aspectos relacionados à bovinucultura em Santa Catarina. Dissertação de mestrado em Curso de Saúde Animal, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

PERESTRELO, José Paulo Pires; MARTINS, Ignez Salas. “Modernização rural: transformações econômicas e suas implicações demográficas, epidemiológicas e nutricionais nos municípios de Monteiro Lobato e Santo Antônio do Pinhal”. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 12, n. 2, p.38-55, jul. 2003.

PINDYCK, R.S.; RUBINFELD, D.L. Microeconomia. São Paulo: Makron Books, 5ª Edição, 2002.

REZENDE, Gervásio Castro de. “Crescimento econômico e oferta de alimentos no Brasil”. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 6, n. 1, p.64-81, jan. 1986.

SANTOS FILHO, Jonas Irineu dos. Evolução e determinantes da população rural e do emprego rural não agropecuário no estado de Santa Catarina: período de 1991 a 2000. 160

f. Tese de doutorado) em Curso de Ciências, Área de Concentração: Economia Aplicada, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006.

SEPULCRI, Odilio. Gestão do risco na agricultura. Emater, Curitiba, v. 1, n. 1, p.1-11, mar. 2006. Disponível em http://www.emater.pr.gov.br/arquivos/File/Biblioteca_Virtual/Premio_Extensao_Rural/2_Pre mio_ER/18_Gestao_Risco_Agric.pdf . Acesso em 08/06/2018.

SILVEIRA, Sanderlei. As regiões do estado de Santa Catarina. Disponível em http://sanderlei.com.br/PT/Ensino-Fundamental/Santa-Catarina-Historia-Geografia-12. Acesso em 16/06/2018.

TESTA, V.M; NADA, R. de; MIOR, L. C.; BALDISSERA, I.T.; CORTINA, N. O desenvolvimentos sustentável do Oeste Catarinense. Florianópolis: EPAGRI, 247p. (Proposta para discussão), 1996.

VASCONCELOS, Kelly Samá Lopes de; FERREIRA, Monaliza de Oliveira. “Especialização produtiva e mudança estrutural na agricultura nordestina (1990–2011)”. Revista de Política Agrícola, Brasília, v. 23, n. 2, p.5-19, abr. 2014.

VEIGA, José Eli da. “O Brasil rural ainda não encontrou seu eixo de desenvolvimento”. Estudos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 43, p.101-119, dez. 2001.

WORLD BANK. Managing agricultural production risk: Innovations in developing countries. Washington: World Bank, 2005. 113 p. Disponível em http://siteresources.worldbank.org/INTARD/Resources/Managing_Ag_Risk_FINAL.pdf. Acesso em 05/04/2018

Downloads

Publicado

2019-07-23

Edição

Seção

Artigos