Maria Aragão and the “battle of memory” about the military dictatorship

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2021.e78267

Abstract

Maria Aragão was a doctor, activist of the Communist Party and, later, militant of the group called “corrente prestista” in the state of Maranhão. The final phase of her life and the after death were characterized by a series of tributes and construction of biographical and autobiographical documents, which conferred a central place to her memory in the construction of the military dictatorship memory and the “resistance” in Maranhão. Thereby, the present work is based on the autobiographical documents written by Maria Aragão and gathered in two books and a magazine published on the occasion of her birthday in 1988. The purpuse is to evaluate the significance of these productions amidst the clashes, both at national and state levels, by the reconstruction of the recent past after the dictatorial period. Thus, the omission of support / collaboration of political agents and significant sectors of society is evident, as well as the construction of an appeasing memory version, where practically everyone finds a place in the "struggle against the Dictatorship".

Author Biography

Marcelo Fontenelle e Silva, Universidade Federal de São Carlos

Bacharel e Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão; Doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos

References

ARAGÃO, Maria. Depoimento autobiográfico. In.: ANTONIO FRANCISCO. A razão de uma vida (Depoimentos de Maria Aragão colhidos por Antonio Francisco). SIOM. São Luís, 1992.

ARAGÃO, Maria. Depoimento autobiográfico. In.: MOREIRA NETO, E. Maria por Maria ou a Saga da Besta-Fera nos Porões do Cárcere e da Ditadura. São Luís, Engenho, 2015. Disponível em: http://www.secti.ma.gov.br/files/2015/12/Maria-por-Maria-Com-Capa.pdf Acesso em: 18/08/2015.

ARAGÃO, Maria. Depoimento autobiográfico. In.: SALGADO, A. Maria Aragão – 78 anos de vida, 43 de luta (publicação em homenagem ao seu aniversário de 78 anos). São Luís, Maranhão, 10 de fevereiro de 1988.

ARANTES, Paulo. 1964, o ano que não terminou. In.: Edson Teles e Vladimir Safatle (Orgs.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

ARAÚJO, Márcia. Maria Aragão: uma mulher e suas paixões em busca de uma sociedade igualitária. São Luís, EDUFMA, 2014.

BORGES, Arleth Santos. Ditadura Militar no maranhão. Dias, J. A.; Alves, A. E. S. (Orgs.) Diálogos com a memória: reflexões sobre as experiências contemporâneas na América Latina. Uberlância: Navegando Publicações, 2020.

BORGES, Arleth Santos. PT Maranhão 1980-19992: origens, organização e governos municipais. São Luís: EDUFMA, 2008.

BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, M. & AMADO, J. Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro. FGV, 2006.

COMPARATO, Bruno Konder. Memória e silêncio: a espoliação das lembranças. Lua Nova, São Paulo, 92, págs. 145-176, 2014.

COSTA, Izabel Cristina. Uma rede prestista: diversos fios dos “filhos” da Carta aos Comunistas no PDT. Nº9, ano 7, Perseu Abramo, 2013.

COSTA, Wagner Cabral da. A raposa e o canguru: crises políticas e estratégia periférica no Maranhão (1945/1970). In: COSTA, Wagner Cabral da (Org.). História do Maranhão: novos estudos. São Luís: EDUFMA, 2004.

COSTA, Wagner Cabral da. Sob o Signo da Morte – o poder oligárquico de Vitorino a Sarney. São Luís: EDUFMA, 2006.

FERREIRA JUNIOR, José. GOMES, Clarissa Rodrigues. Regime autoritário e as formas de resistência do jornalista maranhense Bandeira Tribuzzi. In.: Anais do III Encontro Nordeste de História da Mídia, Maranhão, 2014.

GORENDER, Jacob. O ciclo do PCB: 1922-1980. In: História e perspectivas da esquerda. Org. Alexandre Fortes. São Paulo/Chapecó: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.

GRILL, Igor Gastal. “Ismos”, “ícones” e intérpretes: as lógicas das “etiquetagens” na política de dois estados brasileiros (MA e RS). Rev. Sociologia e Política, Curitiba, v. 20, n 43, p. 193-220, 2012b.

GRILL, Igor Gastal. Memórias de políticos brasileiros: produção escrita, gestão de imagens e teorizações nativas do jogo político. Política & Sociedade, v. 11(21), p. 11-40, 2012a.

GROPPO, Bruno. Amnésia, repressões, mitos: como se conta o passado após uma ditadura. In: ZHACHARIADHES, G. C. (Org.). 1964: 50 anos depois – a ditadura em debate. Aracaju: EDISE, 2015b.

GROPPO, Bruno. O mito da sociedade como vítima: as sociedades pós-ditatoriais em face de seu passado na Europa e na América Latina. In.: QUADRAT, S. V. e ROLLEMBERG, D. (Orgs.). História e memória das ditaduras de século XX. Volume I. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015a.

JEWSIEWICKI, Bogumil. Atualidade do passado e legitimação do presente: um exercício de antropologia histórica da memória (a propósito do exemplo da revolta operária de junho de 1965, em Pozan, Polônia). Mana. 16(2): 327-350, 2010.

JOFFILY, Mariana. A diferença na igualdade: gênero e repressão política nas ditaduras militares do Brasil e da Argentina. Espaço Cultural, Cascavel, n. 21, p. 78-88, 2009.

KINZO, Maria Dalva. Oposição e autoritarismo – gênese e trajetória do MDB (1966-1979). São Paulo: Vértice, Editora Revista dos Tribunais, 1988.

MARTINS FILHO, João Roberto. A guerra da memória: a ditadura militar nos depoimentos de militantes e militares. Texto preparado para o congresso da Associação de Estudos Latino-americanos, Dallas, Texas, março de 2003.

MICELI, Sérgio. Biografia e cooptação (o estado atual das fontes para a história social e política das elites no Brasil). In.: MICELI, Sérgio. Intelectuais à brasileira, São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MORAES, Maria Lígia Quartin de. O que é possível lembrar? Cadernos Pagu (40), págs. 141-167, 2013.

NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do regime militar brasileiro. 1. Ed. 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2015b.

NAPOLITANO, Marcos. Os historiadores na “batalha da memória”: resistência e transição democrática no Brasil. In: História e memória das ditaduras de século XX. Volume I. QUADRAT, Samantha e ROLLEMBERG, Denise. (Orgs.). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015a.

PANDOLFI, Dulce. Camaradas e companheiros: memória e história do PCB. Rio de Janeiro: Relumé-Dumará: Fundação Roberto Marinho, 1995.

PERROT, Michelle. Práticas da memória feminina. Revista Brasileira de História. São Paulo. V.9, nº18, págs. 09-19, 1989.

POLLAK, Michael. La gestion de l´indicible. In: Actes de la recherce en Science Sociales. Vol. 62-63. Juin, 1986. http://www.persee.fr/doc/arss_0335-5322_1986_num_62_1_2315

POLLAK, Michael. Memória e Identidade. In.: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Vol 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

POLLAK, Michael. Memória, esquecimento e silêncio. In.: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Vol 2, n. 3, 1989.

PORTELLI, Alessandro. O massacre de Civitella Val di Chiana (Toscana: 29 de junho de 1944): mito, política, luto e senso comum. In: FERREIRA, M. & AMADO, J. (Orgs.) Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro. FGV, 2005, p. 103-137.

REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura no Brasil: uma incômoda e contraditória memória. In.: Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura, anistia e reconciliação. Estudos históricos. Rio de Janeiro, Vol. 23, Nº 45, 2010.

REIS FILHO, Daniel Aarão. Um passado imprevisível: a construção da memória da esquerda nos anos 60. In. Versões e ficções – o sequestro da história. REIS FILHO, D. A (Org.). São Paulo: Perseu Abramo, 1997.

REIS, Flávio. Grupos Políticos e Estrutura Oligárquica no Maranhão. São Luís: UNIGRAF, 2007.

RIDENTI, Marcelo Siqueira. As mulheres na política brasileira: os anos de chumbo. Tempo Social. São Paulo, v. 2, n. 2, p. 113-128, jun./dez., 1990.

RODRIGUES, Leôncio Martins. PCB: Dirigentes e organização. In: FAUSTO, B. (Org.) História Geral da Civilização Brasileira. Vol. 10. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1978.

ROLLEMBERG, Denise. “O Imortal Bem Amado. A chegada de Dias Gomes à Academia Brasileira de Letras.” In.: FICO, Carlos; ARAUJO, Maria Paula. (Orgs.). 1968: 40 anos depois: história e memória. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009.

ROLLEMBERG, Denise. Esquecimento das memórias. In.: MARTINS FILHO, J. R. (Org.). O Golpe de 1964 e o Regime Militar. São Carlos: EdUFSCAR, 2006.

SANTANA, Marco Aurélio; ANTUNES, Ricardo. O PCB, os Trabalhadores e o Sindicalismo na História Recente do Brasil. In.: História do marxismo no Brasil/ orgs.: Marcelo Ridenti e Daniel Aarão Reis. – Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2007.

SEGATTO, José Antônio; SANTOS, Raimundo. A Valorização da Política na Trajetória Pecebista dos anos 1950 a 1991. In: História do marxismo no Brasil/ orgs.: Marcelo Ridenti e Daniel Aarão Reis. – Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2007.

SILVA, Marcelo Fontenelle. A besta-fera vai ao paraíso: uma análise da construção da memória e identidade pública da médica e comunista maranhense Maria Aragão. Dissertação (Mestrado) / Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/CCH, Universidade Federal do Maranhão, 2017a.

SILVA, Marcelo Fontenelle. Escalada da consagração e disputa pela memória: itinerário político e homenagens a Maria Aragão a partir da redemocratização. Revista Café com Sociologia, V. 6, N. 3, 2017b.

SILVA, Marcelo Fontenelle; BORGES, Arleth Santos. Maria Aragão e suas muitas faces. Revista Interdisciplinar de Cultura e Sociedade (RICS), vol. 2, 2016.

STARLING, Heloísa. Silêncios da ditadura. Revista Maracanan. Nº 12, 2015.

Published

2021-09-29