A recepção do fascismo no Cordel-Jornal “Mussolini: o Ditador” de Arinos de Belém
DOI:
https://doi.org/10.5007/1806-5023.2022.e80324Palavras-chave:
Cordel, Fascismo, Mussolini, Arinos de BelémResumo
Este artigo intenta aproximar a literatura popular das chaves interpretativas acerca do Fascismo. Como corpus, usamos o cordel “Mussolini, o Ditador” do cordelista Arinos de Belém. A partir disso, este artigo é fruto da seguinte questão de pesquisa: como conceitos centrais da ideologia fascista como nação/nacionalismo e o Fascismo como via alternativa ao liberalismo e ao comunismo foram recepcionados no cordel-jornal em questão. Objetiva-se nesta análise aproximar esta produção poética de grandes temas históricos mundiais. Este trabalho, de caráter ensaístico, está dividido em duas partes: na primeira tratamos do contexto de produção do cordel e do cordel-jornal, bem como apontamos a importância da trajetória de Arinos de Belém como pioneiro desse subtipo. Na segunda parte, discutimos algumas visões teóricas sobre o fascismo, com especial atenção para a sua ideologia, e também analisamos o corpus a partir das lentes teóricas apontadas.
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2014.
ALBRECHT, Milton. The relationship of literature and society. In: American Journal of Sociology, 5 (59), 1954.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A Invenção do Nordeste e outras artes. 2. ed. Recife, PE: Fundação Joaquim Nabuco, Massangana; São Paulo, SP: Cortez, 2001.
ALTAMIRANO, Carlos & SARLO, Beatriz. Literatura/sociedad. Buenos Aires, Edicial, 2001.
ALVES SOBRINHO, José. Cantadores, repentistas e poetas populares. Campina Grande: Bagagem, 2003.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
BAUER, M. W. Análise de Conteúdo Clássica: uma revisão. In: BAUER, M. W; GASKELL (Orgs). Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: um manual prático. 2ª Ed Petrópolis: Vozes, 2002.
BELÉM, Arinos de. Mussolini, o ditador. Guajarina: Belém-PA.
BOTELHO, André. O Brasil e os Dias: Estado-nação, Modernismo e Rotina Intelectual. Bauru, SP, Edusc, 2005
BOTELHO, André. Sequências de uma sociologia política brasileira. In: Dados, 50 (1): 2007.
BOTELHO, André e HOELZ, Maurício. Sociologias da literatura: Do reflexo à reflexividade. In: Tempo social. vol.28, no.3, 2016.
BOTELHO, André & SCHWARCZ, Lilia (orgs.). Um enigma chamado Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2009.
BOURDIEU, Pierre. Economia das trocas simbólicas (org. Sérgio Miceli). São Paulo: Perspectiva, 2007.
CAMPOS, Renato Accioly Carneiro. Ideologia dos Poetas Populares do Nordeste. São Paulo: Civilização Brasileira, 1959
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. Belo Horizonte: Itatiaia, 1993. v.2.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 6. ed. São Paulo: Nacional, 1980.
CASCUDO, Luís Câmara. Literatura oral no Brasil. 3 ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1978.
EASTWOOD, Jonathan. Bourdieu, Flaubert, and the sociology of literature. In: Sociological Theory. 2 (25), 2007.
FCBR – Fundação Casa de Rui Barbosa. Acervo de Cordel. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/acervo.html. Acesso em 10 de setembro de 2015.
FERREIRA, Gabriela Nunes. Centralização e descentralização no Império: o debate entre Tavares Bastos e Visconde de Uruguai. São Paulo, Editora 34, 1999.
FORSTER, Peter & KENNEFORD, Celia. Sociological theory and the sociology of literature. In: The British Journal of Sociology, 3 (24): 1973.
GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Cordel: leitores e ouvintes. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Folhetos e jornais: uma análise comparativa do ponto de vista do leitor. In: MENDES, Simone (org.). Cordel nas Gerais: Oralidade, Mídia e produção de sentido. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2010.
GONÇALVES, Marco Antonio. Imagem – palavra: A produção do cordel contemporâneo. In: Sociologia & Antropologia. Vol. 1, n.2. Rio de Janeiro, 2011
HAURÉLIO, Marco. A trajetória do Cordel no Brasil, em prosa e verso. In: Cultura Crí-ti-ca (Revista Cultural da APROPUC-SP) nº 8. Dossiê sobre Literatura de Cordel. São Paulo, 2007.
HUNTINGTON, Samuel. A terceira onda. São Paulo: Ática, 1994.
LIMA, Arievaldo Viana. (org.). Acorda cordel na sala de aula. Fortaleza: Tupynanquim Editora/ Queima-Bucha, 2006.
LINZ, Juan. Del autoritarismo a la democracia. Yale: Yale University Press, 1971.
LINZ, Juan. Totalitharian and autoritarian regimes. London: Lynne Rienner Publishers, 2000.
LONDRES, Maria José Fialo. Cordel: do encantamento às histórias de luta. São Paulo: Editora Duas Cidades, 1983.
LUYTEN, Joseph. A notícia na literatura de cordel. São Paulo: Estação Liberdade, 1992.
LUYTEN, Joseph. O que é literatura de cordel. São Paulo: Brasiliense, 2005.
MATOS, Edilene Dias. Literatura de cordel: poética, corpo e voz. In: MENDES, Simone (org.). Cordel nas Gerais: Oralidade, Mídia e produção de sentido. Fortaleza: Expressão, 2010.
MATOS, Edilene Dias. O imaginário na literatura popular em verso. Dissertação de Mestrado em Letras, UFBA: Salvador, 1986.
MAXADO, Franklin. O que é literatura de cordel? São Paulo: Hedra, 2007.
MICELI, Sérgio. Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
NEEDELL, Jeffrey. Belle Époque Tropical: sociedade e cultura no Rio de Janeiro na virada do século. Trad.: Celso Nogueira. São Paulo: Cia das Letras, 1993.
ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 2006.
ORTIZ, Renato. Românticos e folcloristas: cultura popular. São Paulo: Olho d’ água: 1992.
PAXTON, Robert. Anatomia do fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
SALLES, Vicente. Guajarina, folhetaria de Francisco Lopes. Revista Brasileira de Cultura. Rio de Janeiro, jul./set. 1971, n. 9.
SALLES, Vicente. Repente e cordel, literatura popular em versos na Amazônia. Rio de Janeiro: FUNARTE/Instituto Nacional do Folclore, 1985.
TEIXEIRA, Ana Paula de F. Modernidades em confronto: as literaturas modernistas brasileira e portuguesa. Tese (Doutorado em Sociologia), FFLCH/USP: São Paulo, 2009.
TERRA, Ruth Brito Lêmos. Memória de lutas: literatura de folhetos do Nordeste (1893-1930). São Paulo: Global Editora, 1983.
THIESSE, Anne-Marie. A criação das identidades nacionais: Europa- séculos XVIII-XX. Lisboa: Temas e Debates, 2000.
VICENTE, Zé (1898-1975). Zé Vicente: poeta popular paraense. Introdução e seleção Vicente Salles. São Paulo: Hedra, 2000.
WAIZBORT, Leopoldo. Roberto Schwarz: entre forma literária e processo social. In: Botelho, A. & Schwarcz, L.M. Um enigma chamado Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores cedem à Em Tese os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 Internacional (CC BY). Estra licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
Em Tese by http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/index is licensed under a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.