Transgressões das regras sociais e jurídicas em Feira de Santana, 1890-1920

Autores

  • Karine Teixeira Damasceno Associação Nacional de História - ANPUH

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7976.2018v25n39p214

Resumo

As mulheres pobres, trabalhadoras e negras de Feira de Santana, entre os anos de 1890 e 1920, não produziram de próprio punho informações sobre suas vidas; por isso, os processos-crimes foram fundamentais para que pudéssemos reconstituir fragmentos de seu passado, o que nos permitiu saber, por exemplo, que elas dissimulavam e se envolviam em disputas amorosas; insistiam em fazer suas próprias escolhas sexo-afetivas e trabalhavam para garantir a própria sobrevivência e a dos seus. Algumas, ainda, transgrediam o modelo de feminilidade imposto ao se envolverem em conflitos. 

Biografia do Autor

Karine Teixeira Damasceno, Associação Nacional de História - ANPUH

Doutoranda em História na Universidade Federal da Bahia (UFBA) na área de História com projeto de título: Mulheres negras e os seus na região de Feira de Santana, Bahia (1861-1900) desde 2015, Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) - desde junho de 2015; Mestra em História pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP) na área de História Social com trabalho intitulado:  Mal ou bem procedidas: cotidiano e transgressão das regras sociais e jurídicas em Feira de Santana (1890-1920)  em 2011; ex-bolsista do Programa Internacional da Bolsas de Pós-Graduação da Fundação Ford (IFP) - Turma 2008 e Graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual da Feira da Santana (UEFS/BA) em 2006.

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Publicado

2018-10-22

Como Citar

Damasceno, K. T. (2018). Transgressões das regras sociais e jurídicas em Feira de Santana, 1890-1920. Esboços: Histórias Em Contextos Globais, 25(39), 214–232. https://doi.org/10.5007/2175-7976.2018v25n39p214