A pluralidade dos tempos da escravidão antiga e da escravidão moderna: as temporalidades do sistema escravista mediterrânico sob a perspectiva dos sistemas atlânticos e da segunda escravidão
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2024.e103923Palavras-chave:
Escravidão Mediterrânica, Escravidão atlântica, Pluralidade dos tempos históricosResumo
O artigo propõe uma reflexão sobre a pluralidade dos tempos da escravidão antiga e da escravidão moderna, a partir do diálogo entre os modelos teóricos do Sistema Escravista Mediterrânico, dos Sistemas Atlânticos e da Segunda Escravidão. Em primeiro lugar, esse artigo revisita a interpretação de Fábio Duarte Joly e José Ernesto Knust sobre as temporalidades da escravidão mediterrânica à luz das perspectivas teóricas e metodológicas da historiografia da escravidão atlântica, com destaque para os estudos de Dale Tomich e Rafael Marquese. O principal objetivo desse texto consiste em expandir o debate proposto por Joly e Knust de modo a incluir as contribuições recentes da historiografia sobre as dimensões políticas, jurídicas e ideológicas da Segunda Escravidão (Atlântica) e avaliar sua interface com a Segunda Escravidão Mediterrânica.
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