Prisioneiros, Direitos e Guerra no Brasil de Vargas (1942-1945)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2009v16n22p41Resumo
O tema do internamento de alemães, japoneses e italianos em campos de concentração para civis no Brasil, sob a condição de prisioneiros de guerra, nos remete a diversas questões sobre prisões e liberdades, sobre sentimentos nacionais, sobre política nacional e internacional. A condição de prisioneiros de guerra foi imputada aos “súditos do Eixo” em dois planos políticos: o primeiro voltado à construção do projeto nacional moderno para o Brasil e o segundo, voltado para a busca de um lugar de destaque no contexto internacional. Essa questão abriu, no interior do governo Vargas, uma discussão que permite perceber as divergências de posições, as cisões e os embates de políticos num momento de desarticulação do Estado Novo (1942-1945). Esse texto volta-se, mais especificamente, para o quadro da política brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, na tentativa de apontar as fissuras internas do governo Vargas, que foram visíveis no tocante ao tratamento de questão tão delicada à época: o internamento de “súditos do Eixo”. Mergulhar nas motivações e trazer à tona os interesses do governo Vargas, em relação ao tratamento dispensado aos estrangeiros do Eixo no Brasil, durante a guerra, contribuem para compreender o envolvimento do país no conflito, para perceber as rachaduras e fissuras no interior da elite política e governamental que teve dificuldade em lidar, em âmbito internacional, com a problemática do internamento de civis e com as regras dos Direitos Humanitários de Genebra.
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