Por uma leitura político-militar da Revolução Russa: o Estado Soviético e o comunismo de guerra permanente
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2020.e66299Resumo
O presente artigo centra energia na leitura da política soviética construída no calor revolucionário, isto é, o ato hermenêutico que parte do desdobramento da lama das batalhas reais e imaginadas travadas no afã da construção de um estado proletário. Trata-se de descarga político-militar com o propósito de salvaguardar o projeto de superação do capitalismo, diante do iminente perigo da contrarrevolução. Nesse sentido, o autoritarismo soviético foi, com efeito, de matriz militar, carregado de disciplina e hierarquia belicosa, genealogia antes encontrada nos manuais militares do que nos livros de política marxista emancipatória. É o que explica a emergência de uma sociedade militarizada da cabeça aos pés. O objetivo principal deste artigo é o de interpretação político-militar acerca do processo revolucionário russo de 1917, a fim de constituir uma paisagem do real vivido com base nas práticas belicosas que acompanharam a formação do Estado Soviético. Assim, é possível, ao longo do texto, inferir que há uma importante singularidade no contexto revolucionário em tela, momento de emergência das guerras totais, que impactou no devir do primeiro Estado Socialista do século XX.
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