O debate sobre motivação no realismo moral naturalista não reducionista
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2025.e102167Palavras-chave:
Realismo Moral, Naturalismo Moral, Externismo Motivacional, AmoralistaResumo
Moralidade e motivação são fenômenos comumente relacionados e cuja coexistência nos leva a pensar na relação que estabelecem entre si. O debate internismo x externismo motivacional no campo da moralidade mobiliza uma série de autores e argumentos na tentativa de compor uma descrição fiel do discurso moral. Este artigo pretende se debruçar sobre tal discussão na esteira dos autores do chamado Realismo de Cornell de modo a demonstrar a plausibilidade de uma compreensão externista sobre motivação com consequências no caráter prático da moralidade. Para isso será situado inicialmente o campo no qual a investigação se dará, qual seja, o realismo moral naturalista não reducionista. Em seguida se dará uma contextualização do debate sobre motivação e posteriormente serão mobilizados argumentos externistas no campo da motivação como o argumento do amoralista, de David Brink, e o da inversão do ônus da prova, de Sigrún Svavarsdóttir. Com isso, pretende-se mostrar como são robustos os argumentos em prol do externismo motivacional e como isso favorece o realismo naturalista.
Referências
BLACKBURN, S. Spreading the word. Oxford: Clarendon Press, 1984.
BLACKBURN, S. Ruling passions: a theory of practical reasoning. Oxford: Clarendon Press, 1998.
BRINK, David. Moral realism and the foundations of ethics. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.
BRINK, David. Externalist moral realism. The Southern Journal of Philosophy, v. XXIV, Supplement, 1986.
DANCY, J. Moral reasons. Oxford: Blackwell, 1993.
ENOCH, David. Can there be a global, interesting, coherent constructivism about practical reason? Philosophical Explorations, v. 12, n.3, p. 319-339, 2009.
FERREIRA, A.; RUFFO, I. E. Análise da defesa de Jesse Prinz ao internalismo moral. Revista Estudos Filosóficos, n. 15, p. 32-47, 2015.
HARE, Richard. The language of morals. Oxford: Clarendon Press, 1952.
HUME, D. Tratado da natureza humana. Tradução de Débora Danowski. São Paulo: Editora Unesp: Imprensa Oficial do Estado, 2001.
JACKSON, Frank. From metaphysics to ethics: a defense of conceptual analysis. Oxford: Clarendon Press, 1998.
MACKIE, J. Ethics: inventing right and wrong. London: Penguin Books, 1977.
MCDOWELL, J. Values and secondary qualities. In: Mind, value, and reality. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2002.
MCNAUGHTON, D. Moral vision. Oxford: Blackwel, 1988.
PLATÃO. Protágoras. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Editora da Universidade Federal do Pará, 2002.
PRINZ, J. The emotional construction of morals. New York: Oxford University Press Inc., 2007.
RAILTON, P. Moral realism. The Philosophical Review, v. 2, n. 95, p. 163-207, 1986.
SHAFER-LANDAU, Russ. Moral realism: a defense. Oxford: Clarendon Press, 2003.
SMITH, M. The moral problem. Oxford: Blackwell Publishing, 2004.
STOCKER, M. Desiring the bad: an essay in moral psychology. Journal of Philosophy, v. 76, n. 12, p. 738-753, 1979.
SVAVARSDOTTIR, S. Moral cognitivism and motivation. Philosophical Review, n. 108, p. 161-219, 1999.
SVAVARSDOTTIR, S. How do moral judgments motivate? In: DREIER, J. (ed.). Contemporary debates in moral theory. Malden, MA: Blackwell, p. 163-181, 2006.
WIGGINS, D. A sensible subjectivism? In: Needs, values, truth: essays in the philosophy of value. Oxford: Oxford University Press, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional