A ideologia na era digital: a imagem e os algoritmos como formas tecnológicas de dominação social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2021.e82589

Palavras-chave:

Didática da Física, Professor de Física, Ensino, Pesquisa

Resumo

Este artigo busca problematizar a questão de como na sociedade capitalista contemporânea a imagem digital e os algoritmos computacionais se revelam enquanto formas tecnológicas de dominação social, que operam sob a determinação da ideologia na era digital. Essa questão é abordada sob a perspectiva de uma ontologia do sujeito, determinada pela contradição situada na relação estabelecida entre conteúdo e forma no processo de formação (Bildung) dos modos de ser, que se expressam na experiência (Erfahrung) da vida digitalizada nesta sociedade da sensação e do espetáculo. Para isto, realizamos um estudo sincrônico estabelecido entre, de um lado, a concepção geral acerca da crítica da ideologia encontrada nas análises de Adorno e Horkheimer sobre a Indústria Cultural, e de outro, os conceitos de espetáculo (spectacle) e sensação (Sensation), extraídos respectivamente das obras dos filósofos Guy Debord e Christoph Türcke, aos quais associamos a recente discussão do “capitalismo da vigilância” e da “superindústria do imaginário”. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental no tocante ao debate historicamente acumulado.

Biografia do Autor

Wecio Pinheiro Araujo, Universidade Federal da Paraíba

Professor efetivo (Adjunto III) na Universidade Federal da Paraíba (DSS/CCHLA/UFPB), com atuação permanente no Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS/UFPB). Colaborador no Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Pernambuco (PPGFIL/UFPE). Doutor em Filosofia pelo Programa de Doutorado Integrado UFPE/UFPB/UFRN, com estágio sanduíche na Alemanha (CAPES/PDSE) junto à Hochschule für Grafik und Buchkunst (HGB/Leipzig). Coordena o Grupo de Estudos em Filosofia e Crítica Social (GEFICS/DGP/CNPq), no qual desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de filosofia política e social, com ênfase nas obras de Hegel, Marx e na Teoria Social Crítica. Mestre em Serviço Social (UFPB) e bacharel em Serviço Social (UFPB), com formação complementar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa (Portugal).

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Publicado

2021-10-29

Edição

Seção

Dossiê A teoria crítica de Theodor W. Adorno