Entre o útil e o certo: Hume, motivação e razões para ser justo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2023.e91159

Palavras-chave:

Hume, Justiça, Ética, Motivação, Autointeresse

Resumo

Neste artigo, pretendo revisitar uma das mais antigas e importantes questões da história da filosofia moral, a saber, que razões temos para ser justos. Eu a abordarei a partir de uma controvérsia interpretativa existente no âmbito da teoria moral de David Hume. Duas vertentes interpretativas se consolidaram neste debate. A primeira sustenta que, para Hume, é uma condição suficiente para sermos justos que sejamos motivados pelos motivos não morais apropriados. A segunda sustenta que, para Hume, é uma condição necessária para sermos justos que sejamos motivados pelos motivos morais apropriados. Pretendo argumentar em favor da primeira vertente interpretativa oferecendo uma leitura que possa responder às possíveis objeções que são frequentemente levantadas contra esta interpretação.

Referências

BAIER, A. A Progress of Sentiments. Reflections on Hume’s Treatise. Cambridge: Harvard University Press, 1991.

BAIER, A. The Cautious Jealous Virtue. Hume on Justice. Harvard: Harvard University Press, 2010.

BARON, M. “Hume’s Noble Lie: An Account of His Artificial Virtues”. Canadian Journal of Philosophy, v. 12, n. 3, p. 539-555, 1981.

BOTROS, S. Hume, Reason and Morality. A Legacy of Contradiction. London and New York: Routledge, 2006.

COHON, R. “Hume’s Difficulty with the Virtue of Justice”. Hume Studies, v. 23, n. 1, p. 91-112, 1997.

DARWALL, S. The British moralists and the internal ‘ought’: 1640-1740. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.

GARRETT, D. Hume. London and New York: Routledge, 2015.

GAUTHIER, D. “Artificial Virtues and the Sensible Knave”. Hume Studies, v. 18, n. 2, p. 401-427, 1992.

GAUTHIER, D. Morals By Agreements. Oxford: Oxford University Press, 1986.

HART, H. L. A. O Conceito de Direito. Tradução: A. Ribeiro Mendes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.

HOBBES, T. Leviatã ou Matéria, Palavra e Poder de um Governo Eclesiástico e Civil. Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1983.

HUME, D. Tratado da Natureza Humana. Tradução: Déborah Danowski. 2 ed. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

HUME, D. Uma Investigação sobre o Entendimento Humano. Tradução: José Oscar de Almeida. São Paulo: Editora Unesp, 2003.

KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução: Guido Antônio de Almeida. São Paulo: Barcarolla, 2009.

MACKIE, J. L. Hume’s Moral Theory. London and New York: Routledge, 1980.

MILL, J. S. Utilitarismo. Tradução: Pedro Galvão. Porto: Porto Editora, 2005.

SMITH, M. The Moral Problem. Oxford: Basil Blackwell, 1994.

STEMMER, P. Handeln zugunsten anderer: Eine moralphilosophische Untersuchung. Berlin: De Gruyter, 2000.

STROUD, B. Hume. London and New York: Routledge, 1977.

PLATÃO. A República. Tradução: Maria Helena da Rocha Pereira. 9 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

TATE, M. W. “Obligation, Justice and the Will in Hume’s Moral Philosophy”. Hume Studies, v. 31, n. 1, p. 93-122, 2005.

TAYLOR, J. “Justice and the Foundations of Social Morality in Hume’s Treatise”. Hume Studies, v. 25, n. 1, p. 5-30, 1998.

VANDERSCHRAAF, P. “The Informal Game Theory in Hume’s Account of Convention”. Economics and Philosophy, v. 14. p. 215-247, 1998.

WILLIAMS, B. “Internal and External Reasons”. In: Moral Luck. Cambridge: Cambridge University Press, 1981. cap. 8, p. 101-13.

Downloads

Publicado

2023-11-29

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo