A liberdade como princípio biológico: a fenomenologia da vida de Hans Jonas
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2023.e94997Palavras-chave:
Liberdade, Hans Jonas, Princípio vida, biologia filosóficaResumo
A tradição filosófica ocidental, de modo geral, compreende a liberdade como um fenômeno exclusivamente humano, já que nós somos (ou seríamos) os únicos seres que desfrutam da possibilidade de se autodeterminar em um universo regido por leis necessárias. Hans Jonas concebeu a liberdade de modo distinto da tradição ao propor a compreensão de liberdade como “uma maneira de executar a existência” própria dos seres vivos. Basicamente, a liberdade configura um princípio de percepção e de ação inerente a toda existência orgânica, na medida em que para continuar existindo todo organismo tem de realizar a “ação” metabólica e, para tanto, é necessário estar minimamente “informado” sobre o ambiente circundante. Ou seja, por liberdade podemos designar um modo natural de ser próprio dos viventes. Contudo, a liberdade se expressa em graus diversos na existência orgânica e está intrinsecamente ligada à evolução das formas de vida. O presente trabalho se propõe a apresentar as principais considerações de Jonas sobre a ideia de liberdade como princípio biológico. Serão examinados os principais argumentos da hipótese do filósofo, que postula a prefiguração da mente ou espírito mesmo nas formas mais primitivas do ser orgânico.
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