Contratarianismo hobbesiano?

Autores

  • Mariana Kuhn de Oliveira Doutoranda em Filosofia e em Direito- UFRGS.

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2016v15n3p509

Resumo

Thomas Scanlon buscou desenvolver uma abordagem contratualista da moralidade partindo de argumentos fundados apenas em princípios que ninguém poderia razoavelmente rejeitar. Ele acreditava que a maior parte das teorias contratualistas era fundamentada apenas em acordos realizados por agentes autointeressados e queria apresentar uma versão diferente de contrato social. Ele decidiu, então, chamar contratualismo sua teoria e outras fundamentadas na razoabilidade e contratarianismo aquelas fundadas na racionalidade entendida como busca pelo autointeresse. Essa se tornou uma distinção usual e Hobbes tem sido classificado como contratarianista. A posição ocupada por Hobbes deveria, entretanto, ser examinada em detalhe. A compreensão de Hobbes da racionalidade é diferente do autointeresse. Além disso, ele liga a descoberta das leis de natureza, que comandam a reciprocidade, à razão. No entanto, o interesse na preservação da própria vida é um fim importante na teoria dele. O objetivo do presente artigo é mostrar que a teoria de Hobbes é mais interessante e complexa do que a definição do contratarianismo.

Biografia do Autor

Mariana Kuhn de Oliveira, Doutoranda em Filosofia e em Direito- UFRGS.

Graduada em Direito e Mestre em Filosofia pela UFRGS. Doutoranda em Filosofia e Direito pela mesma universidade. Professora do curso de Direito da FAPA- Laureate International Universities.

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Publicado

2016-09-06

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Artigos