O “progresso na consciência da liberdade”: Um aspecto ético da filosofia da história de Hegel
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2015v14n1p82Resumo
A Filosofia da História de Hegel tem caraterísticas que, hoje em dia, parecem pouco aceitáveis. Ela propõe um fim final (Endzweck) da história e uma necessidade em seu desenvolvimento que é dialética racional. Embora essas concepções nem são tão absurdas como podem aparecer para o olhar contemporâneo, o artigo não pretende defender esses dois princípios, mas argumenta que há, atrás deles, um terceiro que vale bem a pena guardar – e que também pode ser sistematicamente resgatado sem apoiar-se nos outros dois. Este é o que podemos chamar o princípio da assimetria ética na história. Mas também podemos usar a fórmula do próprio Hegel que é o “progresso na consciência da liberdade”. Para desenvolver essa ideia, o artigo mostra que a marca fundamental de toda normatividade é o saber de se prático que, na moralidade e eticidade, torna-se reflexivo e auto-determinante. A liberdade no sentido de Hegel é a realização não apenas formal-abstrata deste saber de se – tal como ela é concebida por Kant –, mas sua efetivação concreta em espaço e tempo, na história. Mas como a liberdade, nessa concretização, permanece sempre ligada àquela auto-compreensão normativa que constitui nossa auto-consciência prática, os progressos na concretização histórica da liberdade são normativamente irreversíveis. Justamente nisso há um elemento de objetividade e incondicionalidade. No final seguem algumas indicações como este princípio da assimetria ética na história pode servir como base de uma nova teoria ética que é, ao mesmo tempo, normativa num sentido forte e sensitiva à historicidade, a circunstancialidade e a finitude da existência humana.
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