Subvertendo o cronotopo: o caso Donnie Darko (2001)

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DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020.e70764

Resumo

Este artigo analisa o filme Donnie Darko (2001) do diretor e roteirista Richard Kelly através da perspectiva teórica do cronotopo de Mikhail Bakhtin (1981). Este último define-o como um entrelaçamento entre relações temporais e espaciais, artisticamente assimiladas na literatura (BAKHTIN, 1981), mas neste estudo é aplicado aos estudos de filmes. Os conceitos de imagem-movimento e imagem-tempo de Gilles Deleuze (1986, 1989) também contribuem para a análise. O filme apresenta sequências de interrupção cronotópica, que estão associadas ao estado mental do personagem principal. Técnicas de cinema como paralelismo, superposição e elipses contribuem para essa ruptura na associação de tempo e espaço. Por fim, a análise discute a proposta de Garret Stewart (2007) de que o cinema digital contribui para uma cinematografia disruptiva, especialmente em relação às construções de espaço-tempo.

Referências

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Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Artigo