Interação Universidade-Empresa no ensino de Administração: o caso da disciplina de Laboratório de Práticas de Gestão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1983-4535.2025.e106814

Palavras-chave:

Interação Universidade-Empresa, Metodologias ativas de ensino, Curso de Administração

Resumo

A interação universidade-empresa (U-E), no contexto das metodologias ativas de ensino, busca criar um ambiente colaborativo que maximize o potencial de aprendizado ao integrar recursos acadêmicos e práticos, permitindo que as Instituições de Educação Superior (IES) promovam atividades mais aplicadas e inovadoras. Isso é válido para diversas áreas do conhecimento, em especial ao campo da Administração, tendo em vista a formação de profissionais para vários setores da economia. Com base nisso, este estudo tem o objetivo de analisar as contribuições da interação U-E aos diferentes atores envolvidos na disciplina de Laboratório de Práticas de Gestão (LPG), vinculada ao Curso de Administração. Por meio de um estudo de caso único realizado em uma Instituição Comunitária de Educação Superior (ICES) do sul do Brasil, entrevistas foram realizadas com todos os atores participantes da disciplina em questão, como docentes, discentes e empreendedores ou gestores, assim como pesquisa em fontes secundárias. Os principais resultados apontam que a interação U-E promove benefícios para todos os atores mencionados, como a formação acadêmica estreitamente relacionada à realidade empresarial, a troca de expertise entre os envolvidos, o uso de metodologias inovadoras em sala de aula, a geração de soluções ou alternativas para os desafios apresentados pelas empresas participantes, dentre outros.

Biografia do Autor

Laura Maria Bauer Machado, Universidade de Cruz Alta - Unicruz

Graduada em Administração pela Universidade de Cruz Alta - Unicruz.

Fábio Dal-Soto, Universidade de Cruz Alta - UNICRUZ

Professor do Curso de Administração na Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Doutor em Administração pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Referências

ALMEIDA, C. C. R. et al. Interação universidade-empresa na região centro-oeste do Brasil: características de um sistema regional de inovação imaturo. Revista de Economia, v. 37, n. 4, p. 83-115, 2011. https://doi.org/10.5380/re.v37i4.28880

BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G. Metodologias ativas de aprendizagem na educação profissional e tecnológica. Boletim Técnico do Senac, v. 39, n. 2, p. 48-67, 2013. https://doi.org/10.26849/bts.v39i2.349

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 1, p. 25-40, 2011. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2011v32n1p25

BERNI, J. C. A. et al. Interação universidade-empresa para a inovação e a transferência de tecnologia. Revista Gestão Universitária na América Latina – GUAL, v. 8, n. 2, p. 258-277, 2015. https://doi.org/10.5007/1983-4535.2015v8n2p258

BORRÁS, M. Á. A.; LOURENÇÃO, G. J. M. M.; MERGULHÃO, R. C. Interação universidade-empresa para o ensino baseado em casos reais em Engenharia. Educação em Revista, v. 38, 2022. https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.2905

BRUNEEL, J.; D’ESTE, P.; SALTER, A. Investigating the factors that diminish the barriers to university–industry collaboration. Research Policy, v. 39, n. 7, p. 858-868, 2010. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.03.006

CAMARGO, F.; DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.

CÁRDENAS, A. R. et al. O uso da triangulação em teses e dissertações de programas de pós-graduação em administração no Brasil. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 19, n. 2, 243–276, 2018. https://doi.org/10.13058/raep.2018.v19n2.853

DEBALD, B. Ensino superior e aprendizagem ativa: da reprodução à construção de conhecimentos. In: DEBALD, B. (Org.). Metodologias ativas no ensino superior: o protagonismo do aluno. Porto Alegre: Penso, 2020.

DEBALD, B. S. A docência no ensino superior numa perspectiva construtivista. Seminário Nacional Estado e Políticas Sociais no Brasil. Anais... Cascavel/PR, 2013.

DIESEL, A.; BALDEZ, A. L. S.; MARTINS, S. N. Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema, v. 14, n. 1, p. 268-288, 2017. http://dx.doi.org/10.15536/thema.14.2017.268-288.404

DOIN, T.; ROSA, A. R. Interação universidade-empresa-governo: o caso do programa de cooperação educacional para transferência de conhecimento Brasil-Cingapura. Cadernos EBAPE.BR, v. 17, n. 4, p. 940-958, 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395174725

ESTAVANATI, D. M. Interação universidade-empresa: uma análise comparativa entre Universidades Federais e Institutos Federais na produção científica e tecnológica. 2016. 134 f. Dissertação (Mestrado em Administração), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2016.

ETZKOWITZ, H.; LEYDESDORFF, L. The dynamics of innovation: from National Systems and “Mode 2” to a Triple Helix of university–industry–government relations. Research Policy, v. 29, n. 2, p. 109-123, 2000. https://doi.org/10.1016/S0048-7333(99)00055-4

ETZKOWITZ, H.; ZHOU, C. Hélice Tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo. Estudos Avançados, v. 31, p. 23-48, 2017. https://doi.org/10.1590/s0103-40142017.3190003

FANTINELLI, S. et al. Bridging the gap between theoretical learning and practical application: A qualitative study in the Italian educational context. Education Sciences, v. 14, n. 2, 2024. https://doi.org/10.3390/educsci14020198

FERREIRA, G. C.; SORIA, A. F.; CLOSS, L. Gestão da interação Universidade-Empresa: o caso PUCRS. Sociedade e Estado, v. 27, n. 1, p. 79-94, 2012. https://doi.org/10.1590/S0102-69922012000100006

FONTANELLA, B. J. B. et al. Amostragem em pesquisas qualitativas: proposta de procedimento para constatar saturação teórica. Caderno Saúde Pública, v. 27, n. 2, 389-394, 2011. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000200020

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 53. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

GARCIA, R. et al. Interações universidade-empresa e a influência das características dos grupos de pesquisa acadêmicos. Revista de Economia Contemporânea, v.18, n. 1, p. 125, 146, 2014. http://dx.doi.org/10.1590/141598481816

GARCIA, R.; SUZIGAN, W. As relações universidade-empresa. Texto para Discussão, 2021. Disponível em: https://www.eco.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD405.pdf. Acesso em: 01 fev. 2025.

GOMES, M. A. S.; PEREIRA, F. E. C. Hélice tríplice: um ensaio teórico sobre a relação universidade-empresa-governo em busca da inovação. International Journal of Knowledge Engineering and Management, v. 4, n. 8, p. 136-155, 2015. https://doi.org/10.47916/ijkem-vol4n8-2015-7

HERZER, M. et al. Avaliação da utilização de metodologias ativas no ensino superior: estudo de caso na disciplina de gestão da produção aplicada. Revista Espacios, v. 37, n. 2, 2016.

LOVATO, F. L.; MICHELOTTI, A.; LORETO, E. L. Metodologias ativas de aprendizagem: uma breve revisão. Acta Scientiae, v. 20, n. 2, 2018. https://doi.org/10.17648/acta.scientiae.v20iss2id3690

MARIN, M. J. S. et al. Aspectos das fortalezas e fragilidades no uso das metodologias ativas de aprendizagem. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 1, p. 13-20, 2010. https://doi.org/10.1590/S0100-55022010000100003

MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T. (Orgs.). Convergências midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens. Vol. II. Ponta Grosa: UEPG/PROEX, 2015. Disponivel em: https://moran.eca.usp.br/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf . Acesso em: 11 fev. 2025.

PAIVA, M. R. F. et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. SANARE – Revista de Políticas Públicas, v. 15, n. 2, p. 145-153, 2016.

PERKMANN, M. et al. Academic engagement and commercialisation: A review of the literature on university–industry relations. Research Policy, v. 42, n. 2, p. 423-442, 2013. https://doi.org/10.1016/j.respol.2012.09.007

SANTIAGO, R. M. B.; CRUZ, C. R. A importância da articulação entre teoria e prática na formação inicial de professores: reflexões a partir dos programas institucionais e estágio curricular. Revista de Estudos Interdisciplinares, v. 5, n. 6, p. 368-379, 2023. https://doi.org/10.56579/rei.v5i6.997

SANTOS, F. P.; DAVEL, E. P. B. Métodos biográficos para a pesquisa em Administração: princípios, potencialidades, práticas e desafios. Revista Eletrônica de Administração, v. 27, n. 2, p. 430-461, 2021. http://dx.doi.org/10.1590/1413-2311.320.103048

SCHMIDT, J. P.; CAMPIS, L. A. C. As instituições comunitárias e o novo marco jurídico do público não estatal. In: SCHMIDT, J.P. Instituições Comunitárias: instituições públicas não-estatais. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2009.

SEABRA, A. D. et al. Metodologias ativas como instrumento de formação acadêmica e científica no ensino em ciências do movimento. Educação e Pesquisa, v. 49, 2023. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349255299

SILVA, C. R. et al. O papel das metodologias ativas de aprendizagem na educação contemporânea. Revista Educação, Humanidades e Ciências Sociais, v. 8, n. 1, 2024. https://doi.org/10.55470/rechso.00133

STABLEIN, R. Dados em estudos organizacionais. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R. (Org.). Handbook de Estudos Organizacionais. Vol. 2. São Paulo: Atlas, 2001.

WANDERLEY, L. E. W. O que é universidade. São Paulo: Brasiliense, 2017.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2015.

ZAPPELLINI, M. B.; FEUERSCHÜTTE, S. G. O uso da triangulação na pesquisa científica brasileira em Administração. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 16, n. 2, p. 241-273, 2015. https://doi.org/10.13058/raep.2015.v16n2.238

Downloads

Publicado

2025-09-25

Edição

Seção

Artigos