Cultivando spin-offs: uma nova maneira de ensinar empreendedorismo a partir dos processos de aprendizagem experiencial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1983-4535.2019v12n3p196

Resumo

Este estudo analisa o surgimento de um programa de aprendizagem experiencial focado em projetos finais (TCC's) de graduação em Engenharias e Ciências Aplicadas. O programa analisado volta-se à oferta de experiências ativas de aprendizado - nas quais os alunos são responsáveis por direcionar seu projeto final de modo a transformá-los em empresas nascentes de base tecnológica. Este estudo de caso exploratório e qualitativo deu foco à análise dos alunos sobre (i) a percepção sobre os processos de aprendizagem, (ii) a motivação para continuar com o negócio, (iii) o envolvimento com o conhecimento envolvido no projeto final (iv) a relação com o tema do empreendedorismo de base tecnológica. Buscando apresentar novas fronteiras na aprendizagem experiencial, as conclusões do presente artigo mostram o impacto positivo da aprendizagem experiencial nas motivações de alunos, bem como seus resultados acerca do processo de criação de empresas de base tecnológica, reforçando as premissas de Kolb e outros. Este estudo contribui ao fornecer uma descrição detalhada de um programa de educação para o empreendedorismo no Brasil, além de oferecer mais argumentos para o uso da aprendizagem baseada na experiência em estudos de graduação.

Biografia do Autor

Artur Tavares Vilas Boas Ribeiro, Universidade de São Paulo

Doutorando em Administração pela FEA/USP. Mestre em Empreendedorismo e Inovação pela FEA-USP. Orientado pelo Prof. Dr. Guilherme Ary Plonski. Membro ativo do Grupo de Pesquisa - Planejamento Estratégico e Empreendedorismo da FEA-USP, Coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da USP e ligado ao Núcleo de Pesquisa e Gestão Tecnológica da USP. No Núcleo de Empreendedorismo da USP, realiza projetos de desenvolvimento de startups e empresas de base tecnológica em conjunto com o Inovalab da Escola Politécnica da USP e com a Pró-Reitoria de Pesquisa da USP. É conselheiro do Programa Pegasus (incentivo ao empreendedorismo de base tecnológica) da UFSCAR Campus Sorocaba. Atua como assistente monitor nas disciplinas de empreendedorismo na Escola Politécnica da USP e tem suas pesquisas concentradas no Papel da Universidade em Ecossistemas de Empreendedorismo, estudando sobre papéis a serem desempenhados pela universidade e os processos de mudança da universidade nesse sentido. Tem artigos publicados em periódicos, congressos e anais acerca dos temas empreendedorismo, ecossistemas, universidades e ensino de empreendedorismo.

Patrícia Viveiros de Castro Krakauer, Centro Universitário Campo Limpo Paulista (UNIFACCAMP) / Docente do Mestrado Profissional em Administração

Possui pós-doutorado em educação pela USP, doutorado em administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, mestrado em administração pela FEA-USP, especialização em comunicação e mercados pela Fundação Instituto de Administração, curso de extensão na Babson College (Boston, EUA) e graduação pela Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro. Atua como docente e pesquisadora na Faculdade do Campo Limpo Paulista (FACCAMP), voltando suas pesquisas para empreendedorismo. Participa de grupo de pesquisa da USP e da FACCAMP. Professora em programas de MBA, educação executiva e especializações na FIA e na Fundação Vanzolini. Ministra a disciplina de Introdução à Administração na graduação da FATEC SEBRAE. Atuou na área educacional da HSM. Foi professora de graduação na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), atuando nas faculdades de administração, engenharia e design de moda. Atuou como coordenadora da Faculdade de Administração da FAAP. Atuou na McCann Erickson do Brasil e é consultora na área de estratégia e inovação.

Eduardo Bonilha, Universidade de São Paulo

Mestrado em Empreendedorismo e Inovação (FEA-USP), MBA em Comunicação e Marketing (ESPM) e bacharelado em Administração de Empresas (FEA-USP). Atuação por 9 anos como professor nas disciplinas CRM, Marketing de Relacionamento e Marketing Direto na ESPM.

Guilherme Ary Plonski, Universidade de São Paulo

Mestre e Doutor em Engenharia de Produção, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Pós-Doutorado (Fulbright Visiting Research Scholar), Center for Science and Technology Policy, Rensselaer Polytechnic Institute (RPI). Professor Titular do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e Professor Associado do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica (POLI), ambas da USP. Coordenador Científico do Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT/USP). Foi Diretor Superintendente (2001-2006) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Foi Presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC). Integra a Junta de Governadores do TECHNION – Israel Institute of Technology.

Referências

Blikstein, P (2008). Travels in Troy with Freire: Technology as an Agent for Emancipation. In Noguera P.; Torres C. A. (Eds.). Social Justice Education for Teachers: Paulo Freire and the Possible Dream. (pp. 205-244). Rotterdam, Netherlands: Sense.

Cooper, S., Bottomley, C., & Gordon, J. (2004). Stepping out of the classroom and up the ladder of learning: An experiential learning approach to entrepreneurship education. Industry and Higher education, 18(1), 11-22.

Corbett, A. C. (2005). Experiential learning within the process of opportunity identification and exploitation. Entrepreneurship Theory and Practice, 29(4), 473-491.

Dewey, J. (2009). Democracy and education. 1916.: Watchmaker Publishing.

Endeavor. (2012). O Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras. Endeavor Brasil.

Eisenhardt, K. M. (1989). Building Theories From Case Study Research. Academy of Management, v.14, n.4, p.532-550.

Etzkowitz, H. (2011). Stanford and Silicon Valley: The Co-Evolution of Technology Transfer and Regional Absorptive Capacity. Triple Helix IX International Conference. Stanford University.

Feld, B. (2012). Startup Communities: Building a Entrepreneurial Ecosystem in Your City. Ed. Wiley.

Flick, U. (1992). Triangulation revisited: strategy of validation or alternative? Journal for the Theory of Social Behavior, v.22, n 2, p. 175-197.

Hermann et al. Global Startup Ecosystem Ranking 2015. (2015). Retrieved from: http://425business.com/wp-content/uploads/2015/07/Global_Startup_Ecosystem_Ranking_2015_v1.pdf.

Isenberg, D. (2010). How to Start an Entrepreneurial Revolution. Harvard Business Review.

Isenberg, D. (2011). The entrepreneurship ecosystem strategy as a new paradigm for economic policy: principles for cultivating entrepreneurship. The Babson Entrepreneurship Ecosystem Project.

Kolb, D. A. (1984). Experiential Learning: Experience as the Source of Learning and Development. New Jersey: Prentice Hall.

Kon, F. et. al. (2014). A Panorama of the Israeli Software Startup Ecosystem. Social Science Research Network.

Krakauer, P. V. C. (2014). Ensino de Empreendedorismo: Estudo Exploratório sobre a Aplicação da Teoria Experiencial. Tese de Doutorado. Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo.

Lemos, P. A. B. (2012). Universidades e Ecossistemas de Empreendedorismo: A gestão Orientada por Ecossistemas e o Empreendedorismo da Unicamp. Editora Unicamp.

Levin, J. Venture Capital Heads to Brazil, Defying Economic Slump. Bloomberg Business. (2015). Retrieved from: http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-05-05/venture-capital-heads-to-brazil-defying-economic-slump.

Graham, P. (2015) Retrieved from: http://paulgraham.com/mit.html?viewfullsite=1

Politis, D. (2005). The process of entrepreneurial learning: a conceptual framework. Entrepreneurship Theory and Pratice, v. 29, issue 4, p. 399-424.

Programa AWC. (2015). Retrieved from: http://awc.institutotim.org.br.

Queiroz, D. T.; Vall, J.; Souza, A. M. A.; Vieira, N. F. C. (2007). Observação participante na pesquisa qualitativa: conceitos e aplicações na área da saúde. Revista Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, v. 15(2), p.276-83.

Rae, D. (2004). Entrepreneurial learning: a practical model from the creative industries. Education & Training, v. 46, n 8/9, p. 492-500.

Rae, D.; Carswell, M. (2000). A life story approach in researching entrepreneurial learning. Education & Training, v. 42, n. 4/5, p. 220-227.

Singer et al. Global Entrepreneurship Monitor 2014 Global Report. (2015). Retrieved from: http://www.babson.edu/Academics/centers/blank-center/global-research/gem/Documents/GEM%202014%20Global%20Report.pdf.

Regele, M. D.; Neck, H. M. (2012). The Entrepreneurial Education Sub-Ecosystem in the United States: Opportunities to Increase Entrepreneurial Activity. Journal of Business and Entrepreneurship, Winter, p. 25-47.

Santos, R. V. (2005). Abordagem dos Processos de Ensino e Aprendizagem. Revista Integração. Ano XI, no. 40, p. 19-31.

Solomon, G. T.; Duffy, S.; Tarabishy, A. (2002). The State of Entrepreneurship Education in the United States: A Nationwide Survey and Analysis. International Journal of Entrepreneurship Education, v. 1(1), p. 65-86.

Yin, R. K. (2005). Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 4a. ed. Porto Alegre: Bookman.

Zampier, M. A.; Takahashi, A. R. W. (2011). Competências Empreendedoras e Processos de Aprendizagem Empreendedora: Modelo Conceitual de Pesquisa. Cadernos EBAPE BR, v. 9, Edição Especial, Rio de Janeiro.

Publicado

2019-09-02

Edição

Seção

Artigos