Silenciamento de mulheres jornalistas: gênero, violência e autointerdição
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-6924.2024.100831Palavras-chave:
mulheres jornalistas, violência de gênero, autointerdiçãoResumo
A violência contra mulheres jornalistas constitui um fenômeno global e multifacetado presente em diferentes países e que vem acendendo um alerta sobre os riscos ao exercício do jornalismo e à liberdade de expressão. Este artigo buscou analisar como o gênero e as relações de poder que estruturam as agressões contra mulheres jornalistas desempenham um papel central no silenciamento das profissionais. A partir da análise dos relatos de quatro mulheres jornalistas em entrevistas concedidas à imprensa, observamos o deslocamento do ethos jornalístico após a experiência de se tornarem vítimas de agressões, passando a restringir ou até mesmo interditar seus discursos. Em diálogo com os conceitos de pós-censura (Costa; Souza Júnior, 2018), autocensura (Fígaro; Nonato, 2016) e censura de multidões (Waisbord, 2020), denominamos este processo autointerdição.
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