A contrarreforma trabalhista e a precarização das relações de trabalho no Brasil

Autores

Resumo

A temática da contrarreforma trabalhista no Brasil, após mais de um ano de vigência da Lei 13.467/2017, será analisada em dois eixos: 1) as alterações promovidas na legislação trabalhista por esta Lei; 2) como esta repercute no emprego, nas relações de trabalho e nos direitos dos trabalhadores. Após exposição sobre a particularidade das relações sociais na forma capitalista, pretende-se demonstrar que a contrarreforma trabalhista não atingiu os objetivos defendidos, isto é, a diminuição da taxa de desemprego e o combate ao “trabalho informal”. Ao contrário, o número de desempregados aumentou, a parcela dos trabalhadores com relações de trabalho informais cresceu, bem como a contrarreforma acarretou uma limitação ao acesso à justiça trabalhista. Tal resultado não fere, ao contrário, as exigências da lei geral da acumulação capitalista; as alterações da legislação trabalhista impuseram conformidade das relações de trabalho às necessidades do movimento do capital no período atual.

Biografia do Autor

Saionara da Silva Passos, Programa de Mestrado Trabalho, Tecnologia e Sociedade da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Advogada. Formação em Direito. Pós-Graduação em Direito e Processo do Trabalho. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Ambiente e Sociedade na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Márcio Lupatini, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Departamento de Ciências Econômicas e Programa de Mestrado em Tecnologia, Ambiente e Sociedade.

Economista, doutor em Serviço Social pela ESS/UFRJ. Professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), coordenador do Grupo de Estudos de Crítica da Economia Política (GECEP/UFVJM), membro da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) e pesquisador associado do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o Marxismo (NIEP-Marx/UFF). 

Referências

BEHRING, Elaine Rossetti. Contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BOSCHETTI, Ivanete (org.). Expropriação e direitos no capitalismo. São Paulo: Cortez, 2018.

BIAVASCHI, Magda Barros. O Direito do trabalho no Brasil – 1930-1942: a construção do sujeito de direitos trabalhistas. São Paulo: LTr, Jutra-Associação Luso-Brasileira de Juristas do Trabalho, 2007.

BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 03 maio 2019.

BRASIL. Lei nº. 13.467, de 13 de julho de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 03 maio 2019.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Relações de Trabalho sem proteção: de volta ao período anterior a 1930? Nota Técnica nº. 179. Brasília, 2017.

GOMEZ, Manuel V. A reforma da Espanha que inspirou Temer: mais empregos (precários) e com menores salários. El País, Madri, 27 abr. 2017. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/27/internacional/1493296487_352960.html Acesso em: 18 abr. 2019.

KREIN, José Dari; PRONI, Marcelo Weishaupt. Economia informal: aspectos conceituais e teóricos. Série Trabalho decente no Brasil, Documento de trabalho n. 4. Brasília: Escritório da OIT no Brasil, 2010.

MARTINS, Ana Paulo Alvarenga; FERES, Lucas prata; BELUZZI, Theodora Panitsa. Reforma trabalhista e argumentos econômicos: o Brasil entre dois projetos. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, Campinas, SP, n. 51, p. 149-166, jul./dez. 2017.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. Livro Primeiro, Tomo 1.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1984. Livro Primeiro, Tomo 2.

SARLET, Ingo Wolfgang. Entrevista. Jornal da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 3ª Região. Belo Horizonte, n. 59, jul./ago./set. 2008.

TEIXEIRA, Marilane Oliveira et al. Contribuição crítica à reforma trabalhista. Campinas, SP: UNICAMP/CESIT, 2017.

Downloads

Publicado

2020-02-13