Trabalho e saúde-adoecimento de docentes em universidades públicas
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e78014Resumo
Este artigo analisa os influxos do trabalho na saúde dos(as) docentes, com base em dados oriundos de pesquisa qualitativa, pautada no método crítico-dialético, cujo percurso metodológico incluiu revisão de literatura e pesquisa de campo realizada com questionários e entrevistas semiestruturadas com 16 assistentes sociais docentes de universidades públicas do Rio Grande do Norte, do quadro permanente de programas de pós-graduação stricto sensu. Aborda, inicialmente, as determinações sociais da saúde com foco no trabalho; em seguida apresenta breve caracterização dos sujeitos; e, por fim, analisa a relação entre a situação concreta de vida e trabalho das entrevistadas e o processo de saúde-adoecimento. Os resultados apontam que as condições de trabalho docente nas universidades públicas são desgastantes e incidem no adoecimento destes(as) trabalhadores(as), embora, comumente, os nexos entre a vida laboral e a situação de saúde não estejam formalmente estabelecidos e registrados, e/ou nem sempre sejam visibilizados.
Referências
ALBUQUERQUE, G. S. C; SILVA, M. J. S. Sobre a saúde, os determinantes da saúde e a determinação social da saúde. Revista Saúde em Debate. Rio de Janeiro, n. 103, v. 38. p. 953-965, 2014. DOI https://doi.org/10.5935/0103-1104.20140082.
ANTUNES, R, PRAUN L. A sociedade dos adoecimentos no trabalho. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, n. 123, p. 407-427, jul./set. 2015.
ARAÚJO, T. M. et al. Mal-estar docente: avaliação de condições de trabalho e saúde em uma instituição de ensino superior. Revista Baiana Saúde Pública, Salvador, n. 1, v. 29, p. 6-21, jan./jun. 2005. DOI http://dx.doi.org/10.1590/0101-6628.030.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BARROS, C. M. R. O trabalho docente e o processo de adoecimento no curso de educação física da Universidade do Estado do Pará. 2014. 103 f. Dissertação (Mestrado em educação) Universidade do Estado do Pará, Belém, 2014.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 20 set. 1990.
FORATTINI, C. D.; LUCENA, C. Adoecimento e sofrimento docente na perspectiva da precarização do trabalho. Laplage em Revista, Sorocaba, n. 2, v. 1, p. 32- 47, maio/ago. 2015. DOI http://dx.doi.org/10.24115/S2446-622020151219p.32-47.
GOUVÊA, L. A. V. N. de. As condições de trabalho e o adoecimento de professores na agenda de uma entidade sindical. Revista Saúde em Debate. Rio de Janeiro, v. 40, n. 111. p. 206-219, out./dez. 2016. DOI https://doi.org/10.1590/0103-1104201611116.
LEITE, J. L. Produtivismo acadêmico e adoecimento docente: duas faces da mesma moeda. In: FERREIRA, A. V. et al (org.). Precarização do trabalho e saúde docente nas universidades públicas brasileiras. Fortaleza: EdUECE, 2015. p. 73-78.
LIMA, R. de L. Docência e Serviço Social: condições de trabalho e saúde. Temporalis, v. 16, n. 31, p. 261-279, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/temporalis/article/view/12200/10108. Acesso em: 10 dez. 2020.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I. São Paulo: Bertrand Brasil, 1987.
PINHEIRO, T. M. M. et al. Saúde do trabalhador. In: CAMPOS, G. W. S. et al (org.). Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 2012. p. 935-964.
QUEIRÓZ, M. de F. F.; EMILIANO, L. L. Ser docente no Século XXI: o trabalho em uma universidade pública brasileira. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 23, n. 3. p. 687-699, set./dez. 2020. DOI https://doi.org/10.1590/1982-02592020v23n3p687.
SADER, E.; GENTILI, P. (org.). Pós-neoliberalismo: As políticas sociais e o Estado democrático. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
SELIGMANN-SILVA, E. Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo. São Paulo: Cortez; 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta Revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais, de exercício profissional e para gestão pública. A Revista adotou a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Esta licença permite copiar, distribuir e reproduzir em qualquer meio, bem como adaptar, transformar e criar a partir deste material, desde que para fins não comerciais e que seja fornecido o devido crédito aos autores e a fonte, inserido um link para a Licença Creative Commons e indicado se mudanças foram feitas. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou um capítulo de livro).